terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Não viva 2014 sem Deus


Fonte: Guiame

2014Queremos desejar a todos um feliz 2014, que este ano você possa crescer em todas as áreas de sua vida.
 
Que você possa realizar-se profissionalmente, que a paz reine em sua casa e que todos os seus desejos se realizem.
 
Espiritualmente o meu desejo é que você deposite sua confiança no verdadeiro Deus.
 
O Deus criador dos céus e da terra, Aquele que enviou o seu filho amado Jesus Cristo para nos salvar dos nossos pecados.
 
Quando lemos a Palavra de Deus em João 15.5 diz: “Sem mim nada podeis fazer”, com certeza não tem como fazer nada sem Ele.
 
Quantos no início do ano só pensam nas coisas materiais, só vivem em função do vil metal, e nesta luta brigam uns com os outros.
 
Para ter um feliz 2014 é necessário seguir a Cristo, pois com Ele a vida faz sentido.
 
Com Cristo caminhamos seguros, alegres e cientes da nossa escolha espiritual.
 
Não há como ter um feliz 2014 sem um comprometimento com Deus, as pessoas podem ter picos de felicidade, mas a felicidade real é só através de Jesus Cristo.
 
Todos nós somos criaturas de Deus, foi Ele quem nos fez do pó da terra, agora, para ser filho Dele é preciso crer em Jesus Cristo.
 
O meu desejo é que você assuma um compromisso verdadeiro com Jesus Cristo, não viva 2014 sem Deus.
 
Felicidade é viver no centro da vontade de Deus, felicidade é ter certeza de vida eterna.
 
Feliz 2014, faça planos de colocar a sua vida espiritual em dia. Tenha plena certeza que, se você fizer isso, você será muito feliz.
 
 
- Cleverson Pereira do Valle
Pastor da 1ª Ig.Batista em Artur Nogueira
 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Tudo o que Fizer Prosperará

Prosperidade. Esta é a palavra do momento no meio gospel. O povo anseia por prosperidade, os pregadores ensinam fórmulas para...

Tudo o que Fizer ProsperaráTudo o que Fizer Prosperará
Prosperidade. Esta é a palavra do momento no meio gospel. O povo anseia por prosperidade, os pregadores ensinam fórmulas para alcançar a prosperidade, os cultos focam em palavras de prosperidade. Muitas vezes se fala mais em prosperidade do que de Jesus…
Estamos chegando ao fim do ano de e às portas do ano novo que rapidamente se aproxima. No ano que se inicia, não sei exatamente quais os seus planos, mas tenho certeza que o desejo de prosperidade está em seu coração, e nada há de mal nisso. É bom que o povo de Deus seja um povo próspero. Aliás, é desejo de Deus que seu povo seja próspero!
A Bíblia nos ensina que Deus fez José prosperar no Egito (Gênesis 41:52); Deus usou o rei Nabucodonosor para fazer prosperar a seus servos em meio ao cativeiro babilônico (Daniel 3:30); o apóstolo João ao escrever sua terceira carta faz votos de que Gaio seja próspero e saudável (3 João 1:2).
O problema, então, não está na prosperidade em si, mas na exagerada ênfase que o “evangelho” pregado hoje dá à prosperidade material.
A vida do crente não pode estar fincada apenas na conquista da prosperidade aqui na terra. O livro de Eclesiastes nos ensina: “No dia da prosperidade, fique contente; mas, no dia da adversidade, considera que é Deus quem manda tanto a felicidade como as dificuldades, e a gente nunca sabe o que vai acontecer amanhã” (Eclesiastes 7:14). Bons e maus momentos podem se suceder, mas a sua vida tem de estar firmada no Senhor e não nas circunstâncias. O foco do Evangelho não está na prosperidade e não é a prosperidade que diz se um crente é ou não vitorioso. É o seu comportamento, independente dos momentos bons ou maus, que mostra para Deus se você é próspero Nele, ou se é escravo das circunstâncias.
Bem aventurado o homem que tem prazer na lei do Senhor e que nela medita de dia e de noite, pois para ele o Senhor garante que tudo o que fizer prosperará (Salmo 1).
Desejo que você tenha um ano novo verdadeiramente próspero:
“Na prosperidade repousará a sua alma, e a sua descendência herdará a terra.” (Salmos 25:13)
 “Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre: Glorificado seja o SENHOR, que se alegra na prosperidade do seu servo!”  (Salmos 35:27)
 “Na sua casa há prosperidade e riqueza, e a sua justiça permanece para sempre.” (Salmos 112:3)
 “Oh! Salva-nos, SENHOR, nós te pedimos; oh! SENHOR, concede-nos prosperidade!”  (Salmos 118:25)
 “O SENHOR te abençoe desde Sião, para que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias de tua vida” (Salmos 128:5)
Receba minhas orações!
Denilson Torres
D

domingo, 29 de dezembro de 2013

Aprenda a receber de Deus

Deus quer se mover na sua vida, mas Ele quer a sua atenção. Muitas vezes, oramos e apenas nós falamos nesses momentos de oração e não paramos para ouvir o Senhor, mas sabemos que em uma conversa devemos ouvir também. Você precisa se aquietar

graça de DeusMuitos pensam que para receber algo da parte de Deus basta vir a Igreja sentar e receber. Querem que os ministros orem por eles, imponham as mãos, mas para receber de Deus você tem que responder a Ele. Precisamos conhecer e reconhecer a voz do Espírito Santo.
 
Precisamos aprender a esperar e receber do Senhor corretamente. Por exemplo, se você tem uma jarra, para enchê-la será preciso retirar a tampa. Se tentar enchê-la com a tampa, derramará todo o suco. Aprenda a receber de Deus e se encher do Espírito Santo. Deus só vai falar a quem lhe dá atenção. Não só na igreja, mas todos os dias, esteja pronto para receber de Deus. Ele falou com Samuel duas vezes. Ele não reconheceu. Eli o instrui para dizer: “Fala Senhor porque o teu servo ouve”. Na terceira vez, ele disse isso e Deus falou com ele. Nossa atitude deve ser sempre dando esta resposta a Deus: “Eis-me aqui, fala que o teu servo ouve”. Como Maria respondeu ao anjo: “Cumpra-se em mim segundo as Tuas Palavras¨.
 
Muitos estão esfriando no Senhor, se formaram no Rhema há dez ou quinze anos atrás e acham que o que receberam já está bom, que não precisam aprender mais. Mas estão enganados. Imagine pessoas que não tem o batismo no Espírito Santo e pensam: “Eu não preciso”. Batismo é revestimento de poder é ter a sua língua conectada com seu espírito e mente. Isso é algo que todo crente precisa.
 
Deus quer se mover na sua vida, mas Ele quer a sua atenção.  Muitas vezes, oramos e apenas nós falamos nesses momentos de oração e não paramos para ouvir o Senhor, mas sabemos que em uma conversa devemos ouvir  também. Você precisa se aquietar. Você já ficou com alguém que fala o tempo todo?
 
Deus sabe mais do que nós, mas precisamos aprender ouvi-Lo. Aprenda a  aquietar o seu espírito para saber o que Deus quer para você. Obedeça ao que Ele tem lhe dito para fazer e falar.  Lugar de obediência é lugar de prosperidade. Dê respostas a Deus. Obedeça-O.
 
Devemos orar em línguas com a expectativa de receber a interpretação das línguas, você pode, afinal não é na sua capacidade, mas na capacidade dEle.
 
Deus quer lhe ajudar a combater os pensamentos negativos que surgem em sua mente.  Aprenda a controlar o que você fala. Não rejeite o mover do Espírito. Não perca as oportunidades de receber de Deus.
 
Não venha ao culto apenas pensando em você, mas pense em Deus, porque você vem para cultuar a Deus. A igreja não e um clube social. Não venha nesse lugar de qualquer jeito. Aprenda a se mover dando louvor e graças a Deus. Quando você faz isso está abrindo a tampa para receber mais. Seja sensível, atento e não endurece o seu coração como uma pedra.
 
Para honrar a Deus precisamos fluir com Ele em cada parte do culto. Pare com esse costume de chegar atrasado aos cultos, aprenda a se aprontar cedo, precisamos honrar a Deus em tudo. Muitos planejam chegar a igreja depois do louvor e dizem: “Não tem problema, porque eu vou pegar a pregação”.  Está errado. Se o culto começa às 18h, todos devem estar na igreja antes desse horário e cheios de expectativas.
 
O que você recebeu de Deus é precioso, é vida. Precisamos amar uns aos outros. Muitos vem para a igreja e pensam: “Ah, hoje é o Pastor quem estará ministrando de novo? Eu pergunto: Que atitude é essa? Você deve puxar da unção na vida dele. O culto não é bom por causa do ministro.  Muitas vezes, as pessoas escolhem de quem receber, mas está errado. Seja como uma esponja, receba, retenha a Palavra e fique cheio da verdade e da graça.
 
Se uma circunstância chegar em sua vida, o que vai sair de você? Fé ou incredulidade? O que você vai declarar? Fique cheio da Palavra e ela sairá da sua boca. Aí você terá vitória.
 
Todos nós passamos por problemas, e se não tivermos cuidado vamos cair em tristeza mas nós temos controle sobre isso a alegria do Senhor é fruto do espírito e nós decidimos se vamos desfrutar disso ou não. Quais são as palavras que estão saindo da sua boca? Está concordando com a palavra ou com o diabo? Sabemos que o diabo quer roubar e destruir tudo, mas você tem autoridade sobre o inimigo.
 
 
- Jan Wright
 

sábado, 28 de dezembro de 2013

Resoluções para o Ano Novo?

Mesmo que eu esqueça os meus planos e seja tentado a não encanar, as resoluções de Deus me dão esperança


calendárioEstudar pra valer este ano. Investir em uma nova amizade. Arriscar puxar papo com ela (ou ele). Crescer em generosidade, ou paciência, ou sabedoria. Cada fim e início de ano trazem festas, férias e pensamentos elevados, momentos que nos tiram da rotina e alçam as nossas mentes para o panorama maior de nossa vida. Quem eu quero ser? Como posso melhorar este ano?
 
É uma época que me lembra das glórias e tolices da esperança. O Ano-Novo é um momento de olhar para frente, de imaginar o futuro sob um novo ângulo, de nos comprometermos com uma visão maior para a vida. É também um momento de cansaço e cinismo, pelo menos para aqueles de nós que fizemos resoluções de Ano-Novo no passado e depois nos esquecemos delas ou falhamos.
 
As estatísticas confirmam que 97% das resoluções de Ano-Novo nunca são cumpridas. Eu mesmo já fiz resoluções sérias e motivadas em anos passados, das quais eu não me lembrava já no final de janeiro. Meus planos grandiosos e conquistas esperadas se tornaram distantes nas trincheiras da vida cotidiana.
 
Para que me importar então? Se o presente me domina e eu sou tão instável, vale a pena refletir e me comprometer com objetivos para o ano? Como brinca Oscar Wilde, “A resolução de Ano-Novo é algo que chega em um ano e sai no outro”. Mark Twain, outro que não perdia uma oportunidade para dar uma cutucada, acrescenta: “O Ano-Novo é uma instituição anual inofensiva, de nenhuma utilidade especial a não ser como desculpa para bêbados desenfreados, abraços bem-intencionados e resoluções bobas”.
 
Porém, existe apenas uma coisa que me mantém fiel e que vai me levar para o caderninho com algo para 2013: eu conheço alguém que vai cumprir as suas resoluções este ano. Todas. Sem falhar. Bem no alvo. Bem na hora. E eu sei disso porque ele não falhou por muito tempo. Ele estava lá quando eu precisei abrir o coração e receber esperança. Ele estava lá para ouvir a minha confissão de pecado. Ele também estava lá com o bolo pronto e as velas acesas quando um amigo se abriu para a graça pela primeira vez. Ele cumpriu as suas resoluções desde janeiro passado e desde o início dos tempos, e tenho certeza de que, em 2013, ele vai cumprir tudo de novo.
 
Mesmo que eu esqueça os meus planos e seja tentado a não encanar, as resoluções de Deus me dão esperança. Eu vou esquecer, me atrapalhar, me perder e me desesperar este ano, e as boas expectativas de janeiro não vão me sustentar até o fim.
 
Mas Deus será fiel no 4 de abril, se manterá assim no 29 de agosto e também nas altas horas do 2 de dezembro, e, se eu me mantiver conectado a essa fidelidade constante, talvez este ano seja melhor que o ano passado. Talvez as minhas resoluções façam diferença. Talvez eu me torne um pouco mais gentil, um pouco mais santo, um pouco mais alegre. Talvez eu possa ser erguido justo no momento do desespero, quando levantar os olhos e vir Deus marchando avante com o vigor do otimismo de janeiro. Talvez, quando eu me lembrar de Deus, serei revigorado como em uma festa de Ano-Novo, cheia de risadas, amigos e contagens regressivas, pois Deus será sempre fresco, jovem e esperançoso, e terei uma chance de recomeçar, mais uma vez, mesmo no meio do ano.
 
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• René Breuel

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Jesus se esvaziou de si mesmo para que o projeto de Deus se realizasse


Fonte: Guiame

Jesus"Aquele que é a Palavra tornou- se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade." João 1:14
 
É maravilhoso que Jesus, uma das pessoas da Trindade e que esteve presente na criação do mundo, se sujeitasse a ser gerado e a nascer como um ser humano limitado.
 
Jesus se esvaziou de sí mesmo para que o projeto de Deus se realizasse: tornar o ser humano nova criatura, habitação do seu Espírito (Joel 2: 28, 29) e parte da sua família.
 
"Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu- lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus."
 
Obrigado Jesus! Te adoramos Filho Ungido de Deus!
 
 
- Nívea Soares
 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Emanuel: a revelação visível do Deus invisível


Fonte: Ultimato

adoração - DeusDeus não se oculta, não se esconde, não some, não desaparece. Ao contrário, Deus se apresenta, Deus se revela, Deus desce do seu pedestal, Deus se aproxima da sua criação e de sua criatura. 
 
O Natal é o momento mais solene na história da revelação de Deus. Naquele dia “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória” (Jo 1.14). Por essa razão, quando Filipe pediu a Jesus que lhes mostrasse o Pai, o Senhor respondeu de pronto: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9). Quando Tomé rompeu a barreira da incredulidade, ele se dirigiu a Jesus chamando-o de “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28.) 
 
Há uma palavrinha chave que explica tudo. Desde Isaías, 700 anos antes de Cristo, dizia-se que uma virgem, no caso Maria, conceberia e daria à luz um filho, cujo nome deveria ser Emanuel. Por que Emanuel? Porque significa “Deus conosco”.
 
Jesus é a marca da presença de Deus na história, no planeta e em nós. Ele é “a revelação visível do Deus invisível” (Cl 1.15). Ele é “o resplendor da glória [de Deus] e a expressão exata do seu Ser” (Hb 1.3).
 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Bandido e rei de mãos dadas


Fonte: Guiame

mãos dadasJá estava escuro quando o assassino no corredor da morte ouviu vozes. Era uma zombaria. Soldados falavam alto. Pancadas e socos surdos vinham seguidos de provocação. Faça um milagre. Prove que é o Messias. Não está escrito que os anjos estariam ao seu dispor? Vamos ver, então. Mostre que seus exércitos são mais poderosos do que uma centúria”. Pontapés se sucederam. O barulho aumentou. Ensurdecedor. Além da condenação, sua última noite foi em claro.
 
Mal o dia iluminou as colinas que rodeiam a cidade, o sentenciado bebeu dois dedos d’água. Não demorou e quatro soldados o arrastaram pelos corredores da masmorra. Submetido a sopapos violentos, chegou ao lugar onde seria torturado. Lá, dois outros o esperavam já esmagados pelo meticuloso processo de espancamento que precedia a morte. O bandido supôs que o menos musculoso era o castigado da véspera.
 
Depois de receber as trinta e nove chicotadas no poste, ele se uniria aos outros. Cumpriria a sina de morrer pendurado numa cruz. A agonia era conhecida. Os estertores da crucificação aterrorizavam o mundo antigo. Agonizaria por dias. Cachorros lamberiam seus pés ensanguentados. Corvos comeriam seus olhos. Incharia. Federia.
 
Primeiro, obrigavam os condenados a caminhar até o Monte da Caveira, o lugar das execuções. O rito macabro começava com os trôpegos sendo exibidos pelas vielas de Jerusalém – mais tarde conhecidas como Via Dolorosa. Cada um carregava a sua própria trave, o vergão onde seria pendurado. Duzentos metros antes de cruzarem o portão da cidade, um dos ladrões perguntou ao castigado da madrugada. - Quem é você? O outro arfou. Mal conseguiu dizer o nome: - Jesus. A fatiga era extrema. Dois segundos depois, Jesus tomou ar e emendou: - Sou Jesus, de Nazaré.
 
Fora da cidade, o caminho complicou. A estrada, pavimentada com pedregulhos afiados, cortava os pés. Jesus não suportou e caiu. Ele parecia sem condições de seguir adiante. Os soldados se revezaram nos açoites. Depois de varejarem as costas do Nazareno, a marcha prosseguiu lentamente. Os soldados pareciam nervosos. Queriam encurtar a liturgia sinistra. Uma festa dos judeus se avizinhava e eles, romanos, poderiam descansar no feriado. Crucificar dava trabalho. Ninguém queria estragar o fim de semana.
 
O outro ladrão, o mais raivoso e obstinado, notou os soldados constrangendo um peregrino de Cirene. Eles colocaram o viajante debaixo da trave de Jesus, obrigando-o a carregar o lenho por ele. O centurião achou necessário fazer aquilo já que ele se mostrava visivelmente abatido, perigando morrer ali mesmo, no meio da rua.
 
Com a ajuda do estrangeiro, a procissão chegou ao monturo de lixo. Oito verdugos esperavam sentados em grandes rochas. Era homens rudes e se mostravam bem nervosos. Repetiam entre eles que nunca tinham visto condenados demorarem tanto. Rápidos com as marteladas, fixaram os pulsos dos três. Ressoou o barulho das estacas quando despencaram nos buracos recém cavados. Com cordas, levantaram os homens pregados nas traves. Os corpos pesavam. As mãos se esgarçaram rapidamente. Os dois ladrões falavam. Um, revoltado, parecia dizer palavrões. Apenas Jesus permanecia calado. Não restava mais nenhuma esperança. O fim estava selado.
 
A cena ganhou peculiaridades grotescas. Inclemente. O cheiro podre do lixo se misturava ao cenário e algumas pessoas, que assistiam, vomitaram. Os três corpos tremiam com espasmos involuntários. Sangue vazou das incontáveis feridas abertas por chicotes, tapas e chutes. Cordas amarradas aos pulsos deixaram a ponta dos dedos roxos. Os olhos dos três se embaçaram – mal se moviam nas órbitas semi cerradas pelo inchaço.
 
Uma pequena multidão gritava sem parar. Mas ninguém entendia direito o que a turba dizia. Choro, raiva e consternação, típicos do frenesi irracional, aumentavam a sensação de que aquele dia se tornaria exemplo mais exuberante da bestialidade humana.
 
Soube-se depois que um dos apenados se chamava Dimas; preso em flagrante, um assassino confesso.
 
A algazarra entre o povo fazia com que a sentença parecesse um linchamento. Alguns chegaram a apostar em quem morreria primeiro. Outros aproveitavam para repetir: César é rei benevolente. Outros reclamavam: A glória de Israel está em mãos estrangeiras. Na confusão, Dimas conseguiu fazer um último pedido: - Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino.
 
Passados séculos, a pergunta não perde força, não perde significado: O que Dimas viu para acreditar que Jesus era rei? Como ele conseguiu enxergar em um bagaço humano, traços de um imperador? Quando entrares em teu reino? Os monarcas se estabelecem devido ao poder, e neles reside a autoridade de comandar. O Nazareno estava reduzido a um caco. Como assim, No teu reino? Caso fosse rei de verdade, por que se tornou refém de uma soldadesca ordinária? O homicida delirava? Por que considerou o moribundo líder de algum reino?
 
Dimas percebeu algo extraordinário. Jesus era rei, mas de outra espécie. Destituído da ostentação que os soberanos desfrutam, Jesus impressionou seu companheiro de adversidade. Ele tinha uma grandeza diferente. Durante toda a tortura que antecedeu a crucificação, Dimas notou que Jesus nunca apelou para intervenção sobrenatural; jamais implorou por salvamento, nem precisou vingar a mensagem que pregou com demonstração de poder. A elegância de não revidar, somada à grandeza de perdoar, junto com a consciência de ser pacificador apesar do ódio, faziam dele um rei digno de ser seguido. O ladrão, que ficaria conhecido como o bom-ladrão, estava convicto: o Nazareno lidera um reino único.
 
Pensou: quem age como Jesus agiu na tribulação será sempre rei. Vale mais o reinado desse pobre condenado do que a glória dos imperadores. Não importa se entre crianças, perto dos mansos, junto dos que choram ou na vida de proscritos, ele é Senhor. Com certeza, Jesus nunca me rejeitaria. Dimas ousou participar dos seus domínios: Onde este homem estiver paz e justiça se beijam. Seu exemplo inspira respeito pelas cãs do ancião, gera fome e sede de justiça e amor pela vida. Ele viu em meio a muito sofrimento: O reino que Jesus inaugurou não terá fim; mesmo que me sobrem meros dois minutos de vida, desejo participar dele. Antes de expirar, Dimas escutou: Hoje, estarás comigo no paraíso.
 
Minutos depois, bandido e rei partiram de mãos dadas.
 
Soli Deo Gloria
 
 
- Ricardo Gondim

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

"Sinais e maravilhas sim, mas há muito mais"

O Evangelho inclui o sobrenatural. Ele não é uma doutrina com maravilhas vinculadas, como um bônus, ou a buzina numa bicicleta; é a máquina toda.
 
Ele é completo de maravilhas. Isso é o que EVANGELHO PLENO significa. Milagres são o sistema de sustentação da verdade. Porém, o Evangelho é mais do que sinais e maravilhas. 
 
Jesus disse a fariseus críticos “...nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas...” (Mt 12:39-40), e quando Cristo falou de Jonas, Ele pintou uma imagem de Si mesmo. Ele próprio é o SINAL de todos os sinais.
 
Doença não é o maior mal e cura não é maior bem. Pecado é o pior mal, e salvação do pecado é o melhor bem. 
 
A salvação que Jesus traz culmina com a vida eterna. Sinais e maravilhas SIM, mas há muito mais. “Tu tens as palavras de vida eterna” (João 6:68) o apóstolo Pedro descobriu. 
 
Linguagem de sinais na verdade é para os surdos, como sabemos, mas Jesus disse “As minhas ovelhas ouvem a minha voz.” (João 10:27). Ouçamos. Ouçamos e vejamos. “Senhor, eu creio.” 
 
 
- Reinhard Bonnke
 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O que Deus fez por nós e o que Ele espera que façamos

O que Deus fez por nós e o que Ele espera que façamos Baseado na Segunda Epístola de Pedro Por...

  • O que Deus fez por nós e o que Ele espera que façamos
O que Deus fez por nós e o que Ele espera que façamos

O que Deus fez por nós e o que Ele espera que façamos

Baseado na Segunda Epístola de Pedro
Por Bispo José Ildo Swartele de Mello

Introdução:

a) Apresentação de Pedro:

  1. Pedro introduz a si mesmo, primeiro, como um convertido: “Simão Pedro”, ele usa o nome composto daquele que era seu nome original, como era chamado antes de seu encontro com Cristo juntamente com o seu novo nome que lhe foi dado por Jesus, apresentando-se como um testemunho vivo do Poder Transformador de Deus. Simão tornou-se Pedro!
  2. Depois, introduz a si mesmo como “Servo”. Sinal de que nunca perdeu a humildade e a consciência de sua condição primária de servo de Cristo, que é Rei e Senhor.
  3. Por fim, apresenta-se também como “Apóstolo”, reivindicando a autoridade proveniente do fato de ter sido testemunha ocular e discípulo direto de Cristo para combater os hereges que estão deturpando a Verdade e desviando os crentes do reto caminho.

b) A importância da Verdade (o conteúdo e objeto da fé)

Pedro afirma que boa parte de seu ministério consiste em relembrar os cristãos daquilo que eles já sabem (1.12). Ele sente a urgência em repetir continuamente as mesmas verdades (2.13 e 15; 3.1,2 e 8). Às vezes, não nos sentimos inspirados a falar sobre temas que consideramos batidos, muitos chegam a sentir a tentação em sair a caça por novidades místicas e esotéricas que possam atrair multidões. Mas não devemos nos desviar da verdade. Os ensinos cristãos merecem e precisam ser repetidos. Pregadores fiéis e competentes aprendem a ensinar coisas antigas de modo novo e interessante.
Verdade baseada em fatos históricos e testemunhas oculares e não em lendas ou especulação filosófica (1.16)
Pedro quer que as pessoas creiam e ajam não simplesmente porque tais ensinos fazem parte de nossa confissão e herança religiosa, ou porque contém coisas boas e sábias, mas, sim, porque são verdadeiros!
Verdade baseada em revelação bíblica: “Porque nunca jamais qualquer profecia bíblica foi dada por vontade humana, entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”
Precisamos nos dedicar ao estudo da Bíblia e da teologia para melhor poder ensinar. Toda prática, experiência e ensino devem estar firmemente calcados na Palavra da Verdade! Para nós, como cristãos, não importa se funciona, se dá resultado, se promove o crescimento da igreja, pois, o que importa mesmo é se está de acordo com a Verdade revelada nas Sagradas Escrituras.
Pedro está preocupado com as heresias destruidoras daqueles falsos profetas e mestres que deturpam os ensinos de Paulo e as demais Escrituras(2 Pe 3.15-16), transformando a graça de Deus e a liberdade cristã em libertinagem (2 Pe 2.2, 10, 13-19).

1) O que Deus fez por nós?

Carta endereçada aqueles que “receberam a fé”

“Fé” que significa:
  1. o ato de crer propriamente dito
  2. e a substância e conteúdo do que é crido

“Pela Justiça de Nosso Deus e Salvador” (1.1).

Interessante notar que Pedro atribui a salvação não apenas à misericórdia, mas também à fidelidade e justiça de Deus, que é fiel e justo para perdoar os nossos pecados por causa da obra expiatória de Cristo, o Justo e Justificador, que é a propiciação pelos nossos pecados (1 Jo 1.9; 2.1-2)

Deus chama e capacita.

“Deus nos concedeu todas as condições necessárias para a vida e a piedade” (1.3).
“Assim como faz cair a chuva, propiciando por sua graça as condições necessárias para que a terra produza os seus frutos” (Hb 6.7).
Deus nos chama através de sua glória e virtude. A glória de Deus atrai e conquista. Exemplo:
  1. Moisés (Ex 33.19-19 e o cap. 34 mostra Moisés vendo a glória de Deus protegido na rocha);
  2. Pedro testemunhou a transfiguração,
  3. “Vimos sua glória cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).
Através de sua glória e virtude, Deus nos deu grandes e preciosas promessas.

Quais são estas promessas?

  1. Não são promessas mundanas, efêmeras e falsas, tais como: “trabalhe duro e você prosperará”; “economize e você terá uma aposentadoria tranquila”, pois, promessas deste tipo, frequentemente, não se cumprem devido a diversos fatores como desemprego, crises econômicas, traição, enfermidades, acidentes, morte precoce. Na melhor das hipóteses, tais conquistas são transitórias. (Não acumuleis tesouros na terra… Louco, hoje, pedirão a tua alma e o que tens preparado para quem será?… De que aproveita ao homem ganhar o mundo todo e perder a alma… Tudo é vaidade!)
  2. As promessas de Deus são preciosas e eternas: Vida Eterna, Ressurreição, Céu, Dom do Espírito, que estaria conosco até o fim, participar da natureza divina, tornar-se filho de Deus.

“Participar da natureza divina” (1.4)

O que não significa tornar-se deus, pois Deus é único, e nem significa ser absorto em Deus numa espécie de panteísmo, mas tem a ver transformação moral, “Deus nos concedeu todas as condições necessárias para uma vida de santidade e piedade “ (1.3), para vivermos como filhos de Deus, e para “escaparmos da corrupção deste mundo” (1.4). O Evangelho é poderoso não apenas para perdoar, mas também para transformar, pois Deus já nos deu tudo de que precisamos para um novo viver.

2) O que devemos fazer, agora?

“Por isso, façam todo o esforço”… (1.5)

O trabalho de Deus a nosso favor e em nós deve ser a base e o incentivo para o nosso próprio esforço para o crescimento espiritual. Deus nos deu graça e todas as condições para a vida e a piedade (1.3), “por isso” devemos nos esforçar para cumprir a nossa parte. Paulo ensinou mesmo a Igreja de Corinto “Caríssimos, já que temos tais promessas, vamos purificar-nos de toda mancha do corpo e do espírito. E levemos a cabo a nossa santificação no temor de Deus” (2 Co 7.1). Assim, compreendemos melhor o que Jesus quis dizer com a frase: “…o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11:12) e também o que está registrado em Lucas 13:23-30 “E alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos? Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”. Jesus advertiu seus discípulos dizendo: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mt 5.20). “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” Fl 2.12, pois “…de Deus somos cooperadores” (I Cor 3:9). “Empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis” (2 Pe 3.14). “Não sabeis que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? correi de tal maneira que o alcanceis” (1Co 9.24,25). “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus” (Hb 12.14-15).
Devido ao fato de Deus já ter nos dado gratuitamente todo o necessário para uma vida piedosa, inclusive preciosas promessas e a participação na natureza divina, devemos agora nos esforçar para fazer nossa parte no aprimoramento das 8 virtudes cristãs aqui mencionadas:

8 Virtudes a serem nutridas e aperfeiçoadas em nós:

  1. fé,
  2. virtude moral,
  3. conhecimento (discernimento moral e espiritual),
  4. autocontrole (comida, bebida, sexo, comunicação, temperamento, uso do tempo (2 Tm 1.7),
  5. perseverança (na fé, na esperança e no amor em meio as provações),
  6. piedade (temor e reverência decorrentes da consciência da presença de Deus em toda a esfera da vida),
  7. afeto mútuo e fraterno e, por fim,
  8. o amor que é a essência de Deus.
Começamos pela fé e terminamos no amor! “Sem fé é impossível agradar a Deus” e o amor é o Grande Mandamento, a essência de Deus e o sinal do verdadeiro cristão “…Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor… e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (Jo 4.8,16).

Não é errado questionar nossa experiência de salvação:

Pois o próprio Paulo exorta: “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não ser que tenham sido reprovados” (2Co 13.5). E João escreveu seu livro para levar certeza para os salvos, afirmando que existem frutos como evidência para a salvação: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos aos irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1Jo 3.14); A fé salvadora é aquela que opera por meio do amor (Gl 5.6), pois a “fé sem obras é morta” (Tg 2.26); crentes sem frutos não encontram base para segurança da sua salvação (Jo 15.2). Temos que entender que a natureza da salvação não se resume a justificação, mas também inclui regeneração, santificação e, por fim, glorificação.

Fomos chamados para ser e fazer discípulos e não apenas “crentes”
Pedro combate a heresia de que é possível aceitar a Jesus apenas como Salvador, mas não necessariamente como Senhor, apenas pela fé, sem que seja necessário o arrependimento, o erro de pensar ser possível ser apenas “crente” sem ser discípulo, ensinando também que não seria necessário tomar cuidados para conservar e desenvolver a salvação. Mas a fórmula correta para a salvação é fé + arrependimento. A razão porque um só destes elementos é citado em alguns textos deve-se ao fato do outro já estar implícito, como no caso da conversão do centurião em Atos 16. Salvação envolve tanto justificação quanto regeneração. Não se pode ter um sem o outro (Tt 3.5-7). Jesus nos enviou para fazer discípulos e não apenas “crentes” ou cristãos nominais, batizando e ensinando a obedecerem tudo o que Jesus ordenou (Mt 28.18-20).
Salvação e discipulado são idênticos. Responder ao chamado de Cristo é tornar-se Seu discípulo. O Novo Testamento enfatiza o Senhorio de Cristo e o discipulado. São 664 registros de Jesus como Senhor e 24 como Salvador; e 284 vezes aparece o termo discípulo e 3 vezes o termo cristão. Sendo artificial qualquer distinção entre discípulo e cristão (At 5.14; 6.1). Evangelismo que omite a mensagem de arrependimento e o preço do discipulado não merece ser chamado de Evangelho. Fé e obediência são inseparáveis. Paulo escreveu a Tito a respeito daqueles que professam conhecer a Deus, mas que por sua desobediência provam sua falta de fé (Tt 1.16). Para ser salvo a pessoa precisa confessar o senhorio de Cristo (Mt 7.21-23; Lc 6.46-49, Rm 10.9, 13, 1 Co 12.3). É necessário renunciar ao ego, como exortou Jesus “Se alguém quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mt 16.24-26). Jesus não pode ser Salvador sem Ser Senhor. Ele é Senhor, e aqueles que o rejeitam como Senhor não podem usá-lo como Salvador. É necessário tê-lo como Senhor e não apenas Salvador, arrependimento e não apenas fé, ser discípulo e não apenas crente, segui-Lo e não apenas encontrá-Lo, obedecê-lo e não apenas amá-lo da boca pra fora, tornar-se uma bênção, e não apenas receber as bênçãos, dar e não apenas recceber, amar e não apenas ser amado, perdoar e não apenas ser perdoado, esforçar-se e não apenas esperar em Deus, multiplicar o talento e não apenas preservá-lo, buscar o Reino e não apenas aguardar, permanecer e não apenas iniciar o caminho, vencer e não apenas apenas contemplar a vitória de Cristo e dos heróis da fé, tudo isto com a capacitação do Espírito gracioso de Cristo.

Devemos ser frutíferos, senão…

As 8 virtudes mencionadas por Pedro não são um fim em si mesmas “porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais inativos, inúteis e nem infrutíferos” (v.8). “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20). “Pois aquele que não possuem estas virtudes é cego e míope e esqueceu da purificação de seus pecados” (v.9).
Precisamos tomar cuidado para confirmar o nosso chamado e eleição, precisamos cuidar para não tropeçar (v.10), pois é desta maneira que nos será amplamente suprida a entrada no reino eterno (v.11). “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mc 13.13; Jo 8.31), “ao vencedor, que guardar até o fim as minhas obras…” (Ap 2.26). E Paulo disse: “. . . mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser reprovado. . . ” (1 Co 9:27). No capítulo seguinte, ele diz que a incredulidade do povo de Israel no deserto, a idolatria e os pecados morais que os israelitas cometeram, acabaram atraindo o juízo de Deus, de modo que a maioria dos israelitas ficaram reprovados e prostrados no deserto (1 Co 10:1-5). Paulo adverte que essas coisas serviram de exemplo para nós que fazemos parte da Igreja (1 Co 10.6). Ele disse em 1 Co 10:14 – “Amados, fugi da idolatria”. Fica claro que Paulo tinha a preocupação de que a Igreja de Corinto agisse tal como os israelitas e, conseqüentemente fosse reprovada. Veja 1 Co 10:11 – “Essas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e foram escritas para advertência nossa. . .” e “Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para que não caia” (1 Co 10:12). “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará: e o apanham, lançam no fogo e o queimam” (Jo 15.6).
Por esta razão é que Pedro também adverte nesta mesma carta: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foram outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviaram-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao lamaçal” (2 Pe 2:20-22). O autor de Hebreus também adverte para o risco de se perder a salvação e da necessidade da perseverança para se alcançar a promessa (Hb 6.4-8, 12; 10.26-38). O autor de Hebreus apresenta uma boa ilustração sobre o relacionamento da graça de Deus e as boas ações humanas, demonstrando que aqueles que recebem a graça devem produzir os respectivos e esperados frutos: “Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus, mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada” (Hb 6.7-8). Esta é a mesma lição que Jesus dá nas parábolas do Talentos (Mt 25.14-30), dos Lavradores Maus (M 21.17-44), Servo Infiel (Mt 24.45-51; Lc 12.35-48), Dez Virgens (Mt 25.1-13), Julgamento das Nações (Mt 25.31-46), Parábola da Figueira infrutífera (Lc 13.6-9). O ensino é claro, quem não multiplica o talento, os lavradores maus, os servos infiéis, as virgens imprudentes, os mau feitores, a figueira infrutífera, o que não está dignamente trajado (Mt 22), o que é morno em sua conduta e devoção cristã (Ap 2.15-16), todos estão sujeitos à condenação no juízo final. O ramo, mesmo estando ligado a Videira Verdadeira, se não der fruto, está pronto para ser cortado e lançado fora (Jo 15.2), assim também o sal que se tornar insípido e imprestável é jogado fora (Mt 5.13), e aquele que é morno em sua conduta cristã está prestes a ser vomitado por Deus (Ap 2.15-16).

Onde foi parar o Temor do Senhor?

A Bíblia dá muita ênfase ao temor do Senhor tanto no Antigo como também no Novo Testamento. Foi a primeira coisa que Deus exigiu de Israel quando o chamou para ser seu povo e andar condignamente (Dt 10.12,13). Devemos temê-lo pois Deus é Santo, reto, justo, imenso, todo poderoso, majestoso e esplendidamente belo e incomparável: “Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?!” (Ex 15.11). Pedro está lidando com esta falta de temor a Deus: “Em primeiro lugar, vocês devem saber que nos últimos dias aparecerão pessoas que zombaram de tudo e se comportarão ao sabor de seus próprios desejos” (2 Pe 3.3). Quando não há o devido temor a Deus, as pessoas sentem-se livres para pecar. Deus é santo, mas as pessoas não estão dando a devida atenção a questão do pecado, que é algo tão contrário a natureza divina. Não há mais temor do Juízo Final. Mas Pedro adverte: “O dia do Senhor chegará como um ladrão, e então os céus se dissolveram com estrondo, os elementos se derreteram, devorados pelas chamas, e a terra desaparecerá com tudo o que nela se faz. Em vista dessa desintegração universal, qual não deve ser a santidade de vida e piedade de vocês, enquanto esperam e apressam a vinda do Dia de Deus? Nesse dia, ardendo em chamas, os céus se dissolverão, e os elementos se fundirão consumidos pelo fogo.” (2Pe 3.10-11). É de arrepiar também a descrição do grande dia da Ira de Deus, quando os impenitentes clamaram aos montes e as pedras, dizendo: “desmoronem por cima de nós, e nos escondam da Face daquele que está no trono, e da ira do Cordeiro. Pois chegou o grande Dia da sua ira. E quem poderá ficar de pé?” (Ap 6.12-17).
Hoje em dia, há uma falta de temor tão grande, que tem até muito crente falando como se fosse divertido encontrar o olhar do Deus Todo Poderoso. Quanta irreverência! É melhor pensarem com mais seriedade. Deus não é brincadeira. Onde foi parar a percepção da sublime majestade de Deus? Como bem observou Pratney em seu livro A Natureza e o Caráter de Deus (Editora Vida, 2004, p.290): “Estão tratando Deus como se ele fosse uma amigo informal e mortal, aproximando-se dele de forma superficial, com a irreverência de um tapinha nas costas. As pessoas pensam pouco ou nada ao blasfemar seu nome repetidamente em uma conversa comum, os comediantes zombam dele publicamente numa toada profana, e a mídia lida com questões de vida ou morte como se o julgamento e a eternidade fossem mitos populares e simples entretenimento ameno. Não há senso apropriado algum de deferência e honra, nenhuma sensibilidade à dignidade e à glória de Deus.” No entanto, o profeta Isaías diante de uma visão de Deus, gritou: “Ai de mim!” (Is 6.1-5); o Apóstolo João, apavorado, caiu como se estivesse morto ao contemplar o fulgor glorioso da face de Cristo (Ap 1.16,17); e os que foram para prender Jesus, recuaram e caíram por terra quando ele disse: “Eu sou” (Jo 18.6); os anciãos se prostraram cinco vezes diante daquele que está assentado no trono (Ap 4.10), a voz do Senhor é poderosa e majestosa como trovão e faz tremer o deserto (Sl 29.3-8) e é também sublime a ponto de fazer arder os corações dos discípulos no caminho de Emaús! (Lc 24.32).
Pedro está procurando em sua carta restaurar o temor do Senhor, sabendo que este temor afasta os homens do mal. Ele chama atenção para o juízo de Deus que é certo sobre os perversos (2 Pe 2.3-22 e ver também 1 Pe 4.17). Paulo, semelhantemente adverte: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gl 6.7-9). O temor do Senhor ainda é o princípio da Sabedoria e o conhecimento do Santo ainda é entendimento! (Pv 9.10).

Conclusão:

Tendo Deus nos concedido tudo o que necessitamos para a vida cristã, portanto o cristão precisa fazer a sua parte, começando pela fé que é a porta de entrada para o desenvolvimento das virtudes morais que, nutridas em nós, confirmam nosso chamado e nos garantem a entrada nos céus. Podemos dizer que a salvação é dádiva de Deus, recebida por fé e mantida e desenvolvida com cuidado, dedicação, empenho e perseverança pessoal possibilitados pela capacitação do Espírito Santo. Como disse Andrew Murray “Em primeiro lugar, preciso aceitar, confiar e regozijar-me na obediência de Cristo para cobrir, engolir e aniquilar terminantemente toda minha desobediência. Essa precisa ser a base inabalável, invariável, jamais esquecida, da minha aceitação por Deus. E, depois, a obediência dele torna-se o poder de vida da nova natureza em mim – assim como a desobediência de Adão era o poder que me governava até então. A minha sujeição à obediência é a única maneira que posso manter a minha relação com Deus e com a justiça. A obediência de Cristo à justiça é o único começo de vida para mim; minha obediência à justiça é sua única continuação. Tão certamente como a desobediência e a morte foram a lei para Adão e sua semente, a obediência e a vida o são para Cristo e sua descendência.”
“Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém.” (2 Pe 3.17 e 18)

Bibliografia:

Carson, D. A. Becoming conversant with the emergin church. 
Pratney, W. A. A Natureza e o Caráter de Deus: A magnífica doutrina da salvação ao alcance de todos. Tradução Marson Gudes. São Paulo, Editora Vida, 2004.