sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

As coisas que Jesus fez

É incrível pensar e exercitar a imaginação sobre o fato da presença de Jesus desde antes da minha concepção. Ele já estava lá e, quando meus pais se amaram, Ele já me via e me ajudava

Fonte: Guiame
 
 
JesusNeste exato momento tento contemplar as décadas que vivi até aqui. Nesta contemplação foco em Jesus e suas ações na minha vida. Umas simples, outras misteriosas. Umas óbvias, outras sem explicação. É incrível pensar e exercitar a imaginação sobre o fato da presença de Jesus desde antes da minha concepção. Ele já estava lá e, quando meus pais se amaram, Ele já me via e me ajudava.
 
Cresci. Conheci pessoas e lugares. Sei de um número infindável de acidentes domésticos nos quais fui protegido. Também sei de um acidente grave lá nas ruas da Vila Medeiros, bairro aonde nasci, na cidade de São Paulo. Foi grave! Garoto, talvez uns 10 ou 11 anos, fui atravessar uma rua, vinha um Ford daqueles grandes, com receio vacilei e, no meio da travessia, desisti e decidi voltar. E voltei de marcha ré, o que não deu certo. Tropecei e caí sentado, deixando minhas pernas esticadas na rua, feitas um tapete esticado no qual o Ford passou por cima com as rodas dianteira e traseira! Minhas pernas? Nada! Levantei sem dor ou qualquer arranhão e fui para casa. Jesus estava lá.
 
Outra vez, também na Vila Medeiros, indo para a aula de educação física no Sesi, tropecei e caí num buraco desses com obra de saneamento, fui de cabeça, bati, abriu um rombo, sangrou muito. O professor me levou para o hospital, levei dezenas de pontos e fiquei mais de um mês em casa me recuperando. Jesus também estava lá, passei pela prova e a vida continuou.
 
A lista de eventos, livramentos, soluções, curas e bênçãos é extensa, não cabe aqui. Se fosse continuar chegaria em Campinas onde conheci a Regina, com quem me casei e juntos, por Deus, fomos apresentados ao Matheus e a Mariana e aí, se fosse para continuar, a lista do que Jesus fez até aqui em minha vida daria um livro com mais de mil páginas. E não estaria tudo registrado...
 
Mas eu sou um só! Poderia ter também um livro da Regina, um do Matheus, um da Mariana. Já seriam 4 livros enormes. Tem também nossos pais, irmãos, amigos. Um livro para narrar os feitos de Jesus na vida de cada um é muito livro. Mas é pouco. De Cristo para cá bilhares de homens decidiram voluntariamente seguir a Cristo. E se fossemos escrever o que Jesus fez na vida de cada um daqueles que seguiram e dos que seguem a Jesus? Já pensou?
 
É exatamente assim que olho para João 21:25, “Há muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas fossem escritas, cada uma delas, uma por uma, não consigo imaginar um mundo grande o bastante para caber tamanha biblioteca”.
 
Jesus fez, está fazendo e fará. Relacionar-se com a família, familiares, parentes e amigos é bom. Relacionar-se com Cristo é ainda melhor. Eis a diferença entre os deuses deste mundo e Jesus, único e verdadeiro Deus, Ele não está ausente, distante ou indiferente. Ele faz questão de se relacionar, seja no tombo doméstico ou no tombo que faz parar num hospital, como cedo aprendi.
 
Não se engane, ele está presente e agindo. As vezes compreenderemos, as vezes não. Ele, no entanto, continua realizando sua perfeita vontade. Para perceber com mais profundidade e intimidade as coisas simples, profundas e pessoais que Ele faz, uma dica: valorize quem Ele é, sirva-o por aquilo que Ele é, ame-o e honre-o por aquilo que Ele é: Senhor e Salvador. Valorizando, servindo, amando e honrando quem Ele é, ficará menos complicado reconhecer e perceber o que Ele faz.
 
Paz!
 
 
por Edmilson Mendes
e-mail: mendeslongo@uol.com.br
blog: calicedevida.com.br

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Deus não estava brincando

Por Samuel Torralbo

Deus não estava brincandoDeus não estava brincando
É comum na história do cristianismo a tentativa de figurar Deus dentro do imaginário e das percepções humanas.
Nesta tentativa inúmeros arquétipos de Deus foram se desenvolvendo no curso da história humana, encontramos às vezes Deus sendo retratado como um Senhor zangado em um trono absoluto, em outros momentos alguns tentam retratar Deus como um bom velhinho com um sorriso acolhedor, outros procuram por um Deus parecido com um gênio da lâmpada pronto para servir o homem, enfim, são inúmeras as faces que o homem procura dar a Deus.
Porém, Deus tem a sua própria face, e a face de Deus é aquela que encontramos em Cristo Jesus - Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (João 14.9)
 E quando olhamos para a face de Deus em Cristo Jesus, descobrimos que Deus em nenhum momento estava brincando. Deus não estava brincando quando desde a fundação do mundo entregou o seu único filho para a salvação da humanidade perdida no pecado. Deus não estava brincando quando se encarnou em Cristo Jesus e habitou entre nós. Deus não estava brincando quando caminhou pela palestina empoeirada proclamando as boas novas de salvação.
Deus não estava brincando segundo a declaração paulina – “Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? ” (Romanos 8.32). Jesus não estava brincando quando expulsou os comerciantes e cambistas do templo. Jesus não estava brincando quando denunciou com veemência a religiosidade dos fariseus e escribas. Jesus não estava brincando quando disse que todo aquele que quisesse ser seu discípulo deveria negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e segui-lo.
Jesus não estava brincando quando disse que a porta é estreita e apertado é o caminho que conduz a salvação. Jesus não estava brincando quando disse que o mundo odiaria todo aquele que o amasse. Jesus não estava brincando quando disse que no mundo teríamos aflições, mas que deveríamos ter bom animo.
Jesus não estava brincando quando suou gotas de sangue no Getsemani. Jesus não estava brincando quando caminhou convicto em direção a Cruz. Jesus não estava brincando enquanto estava na cruz cumprindo toda a Justiça do Pai, salvando para si um povo santo, zeloso e de boas obras. Jesus não estava brincando quando ressuscitou ao terceiro dia e tomou em suas mãos a chave da morte e do inferno.
Jesus não estava brincando quando comissionou a Igreja para anunciar o Reino de Deus a toda criatura.
Jesus não estava brincando quando disse que aquele que tem ouvidos para ouvir deveria ouvir o que o Espírito diz a Igreja. JESUS NÃO ESTAVA BRINCADO!
Se alguém equivocadamente interpreta um Deus fanfarrão, descompromissado e alienado do que o homem faz e intenciona no coração está terrivelmente e miseravelmente enganado, PORQUE DEUS EM NENHUM MOMENTO ESTAVA OU ESTÁ BRINCANDO.
Do mesmo modo, o Deus que não brinca espera que nenhum dos seus escolhidos tenha por brincadeira aquilo que é santo, eterno e divino – o seu chamado, a sua salvação, a sua missão, o culto, e a vida diante de um Deus que é amor, mas também é conhecido como fogo consumidor, para que assim, todos os salvos possam viver a intensidade do significado do salmo 2.11 – “Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor.” (Salmos 2.11)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O quanto você conhece seus filhos?

Cada criança vem com seus próprios talentos, temperamento, e habilidades. Nós não podemos misturá-los e ensiná-los, por assim dizer, em massa

 
 
filhoDescobrir quem seu filho realmente é pode criar um vínculo de amor entre vocês. Aprenda 3 formas para honrar as diferenças de seus filhos e os ajudar a alcançar seus potenciais.
 Não demora muito para os pais perceberem que cada um de seus filhos é diferente. Não só eles são diferentes uns dos outros, mas dos pais também. Eles são exclusivamente sua própria pessoa. Mesmo sabendo disso, às vezes erramos com esse conhecimento bem à mão.
 
Cada criança vem com seus próprios talentos, temperamento, e habilidades. Nós não podemos misturá-los e ensiná-los, por assim dizer, em massa. Claro, existem algumas exceções, como ensinar bons modos à mesa, honestidade, bondade, fé em Deus. Mas mesmo essas virtudes primordiais vão demandar algum método individual para a maioria das crianças compreendê-las completamente. Nem todas as crianças aprendem no mesmo ritmo nem estão todos no mesmo nível de aprendizado quando ensinamos a família como um todo. Além disso, nem todos eles se preocupam com o que nos preocupamos. Por esta razão, precisamos conhecer nossos filhos como indivíduos.
 
Três perguntas
 
Para ajudá-lo a realmente conhecer seus filhos incentivo-o a tentar esta experiência. Feche os olhos e imagine o seu filho mais difícil. Concentre-se 100 por cento nesta criança neste momento. Então faça a si mesmo estas três perguntas:
 
1. Quais são seus interesses?
 
2. Com que ele se preocupa?
 
3. Qual é o seu maior sonho?
 
Seu trabalho como pai/mãe é descobrir as respostas a essas perguntas. Não apenas para o seu filho mais difícil de lidar, mas para todos. Quando você sabe o que interessa a seu filho, você tem uma chance muito maior de ajudá-lo a ter sucesso na vida. Você pode estar interessado em jardinagem, ou em correr uma maratona, ou uma infinidade de outras coisas que a seu filho não interessam nem um pouco. Preste atenção em que seu filho se interessa.
 
Um exemplo
Para ilustrar este ponto, vou compartilhar uma história sobre um rapaz que cresceu em uma fazenda. Ele tinha vários irmãos. Ser um agricultor foi um sonho realizado para o pai dele. Ele tinha muito orgulho de sua fazenda. Seus filhos eram necessários para ajudar a fazenda prosperar. A maioria deles gostava de trabalhar e aprender sobre agricultura. No entanto, este filho não podia suportar aquele tipo de trabalho e o demonstrava em cada tarefa que fazia. Certo dia, depois de este menino ter feito um péssimo trabalho de lavrar um campo, seu pai exasperado, entrou na casa, bateu com o chapéu sobre a mesa e disse a sua esposa: "Ele é inútil! Ele não consegue fazer nada direito! Ele arruinou o campo!"
 
Sua sábia mãe, sensível aos interesses de seu filho, com calma, mas com firmeza, disse: "Nem todos os nossos filhos foram feitos para serem agricultores. Este é um artista." Seu marido escutou. Dando um crédito ao talento de seu filho, ele providenciou para que o menino tivesse aulas de pintura a óleo, um de seus mais profundos sonhos. Sua mãe o ajudou a encontrar um trabalho na cidade como pintor de sinais para uma empresa. Ele estava emocionado. Ele ainda tinha algumas tarefas na fazenda, mas não era mais esperado que ele fosse se tornar um fazendeiro. Mais tarde este filho se tornou um artista consumado e trabalhou como restaurador de arte para museus desfrutando, assim, uma ocupação que ele realmente amava.
 
Quando você descobrir e honrar os talentos e os interesses de seus filhos, a vida deles (e a sua) será muito mais pacífica e produtiva.
 
E suas preocupações?
Os pais podem ser completamente inconscientes das preocupações que uma criança carrega. E eles as têm. Você sabe o que preocupa o seu filho? Em um momento de silêncio, quando você perceber que seu filho está preocupado com alguma coisa, sente-se com ele ou ela em um lugar privado, talvez com um bolinho ou dois na mão. Faça perguntas sem soar autoritário. Gentilmente inicie a conversa, falando primeiro sobre o que você sabe que ele gosta, como um jogo, ou algo semelhante. Então, quando ele começar a se abrir, você pode dizer algo como: "Eu tenho a sensação de que algo o está incomodando. Quer falar sobre isso?" Ele pode resistir a princípio. Não force, basta dizer: "Eu estou aqui para ouvir você, então, por favor, me avise quando estiver pronto. Eu o amo." Espere a seu lado alguns minutos, apenas quieto. Se ele não se abrir, diga: "Tudo bem. Por favor, venha falar comigo quando estiver pronto."
 
Ele ou ela pode estar sendo intimidado na escola, ou preocupados com as notas, talvez sofram pela rejeição de um amigo. Esteja pronto para ouvir quando chegar a hora. Se você abrir a porta para essa conversa as crianças se sentirão suficientemente seguras em compartilhar seus pensamentos mais íntimos com você. Deixe-os saber que você está lá para ajudá-los em tempos difíceis.
 
Um filho de Deus
Tranquilize seus filhos, diga-lhes que são amados não apenas por você, mas por seu Pai Celestial. Saber disso pode ajudá-los a ter confiança e coragem para se tornarem ainda melhores. Sabendo que você os ama como eles são, ajuda-os a descobrir quem realmente são: um filho amado de Deus com grande potencial.
 
 
- Gary and Joy Lundberg
Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A ameaça que vem do frio

A vida só continua porque os humanos assimilam os baques que produzem. A maior ameaça que paira sobre a humanidade, portanto, não é propriamente a morte socio-ambiental. Seremos destruídos não pelo fogo, mas por um frio interno, o torpor

Fonte: Guiame
 
 
frioÉ possível se adaptar a quase tudo. Dores cruéis, depois de certo tempo, deixam de machucar. Sofrimentos atrozes conseguem se incorporar ao viver. Até decepções passam a ser esperadas. Viver pode consistir em aprender a absorver baques. Encaliçar a alma para seguir adiante. A lei da sobrevivência do mais forte também diz respeito aos humanos. Eles, igualmente, devem se adequar. Sobreviver é preciso. Adaptar-se para não desaparecer na evolução. Criar anticorpos existenciais. Desenvolver resistência espiritual. Vacinar-se emocionalmente.
 
Locusta era uma envenenadora profissional de Roma, que viveu no primeiro século depois de Cristo. Locusta ficou conhecida por ingerir pequenas doses de veneno todos os dias com o intento de adquirir defesa contra as toxinas que usava para matar. As doses homeopáticas do veneno a protegiam. A assassina conseguiu matar sem nunca ser afetada pela peçonha que se valia.
 
As Locustas estão por toda a parte. A alma humana tem capacidade de se revestir. Uma pele grossa a defende de ataques emocionais. Pequenos desgostos tornam os olhos frios. Para não sucumbir, a alma também se adapta. Os anos de ingratidão fazem com que as respostas sejam gélidas. Quem dessensibiliza um coração, cria um apático. O complacente absorve todos os percalços: a noite mal dormida, o almoço requentado, o descaso da burocracia, o quarto mal iluminado. Indiferença passa a ser mecanismo que visa salvar a vida biológica. O insensível segue adiante, sobrevive. Mas paga um alto preço.Vai igual ao boi no corredor do matadouro. Cabisbaixo, aceita a marcha da morte. Anestesiado, consente com o destino. Sem reação, vive à mercê da providência.
 
Interessa a alguns o espírito de manada. Sistemas totalitários preferem mentes domesticadas. Daí, os pessimista de carreira. Quanto mais micro lesões existenciais, mais entorpecidos. Como não é necessário proximidade com a alma para repetir clichê, multiplicam-se os futriqueiros. Ímpios manobram, não só para a maldade explícita, eles preferem lobotomizar. Melhor existir o passivo que o desobediente. Todo ímpeto revolucionário acaba na conformidade. No lugar da revolta, a vassalagem. O indolente vara anos entregue à estupidez da televisão. Sem qualquer senso crítico, caminha na superficialidade do jornalismo de massa. Sem atinar, o amorfo é vítima, enquanto contribui com a demência geral. E quando a complacência se generaliza, pensar passa a ser um privilégio e redarguir, uma raridade.
 
A vida só continua porque os humanos assimilam os baques que produzem. A maior ameaça que paira sobre a humanidade, portanto, não é propriamente a morte socio-ambiental. Seremos destruídos não pelo fogo, mas por um frio interno, o torpor.
 
Soli Deo Gloria
 
 
- Ricardo Gondim

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Vencendo os idealismos para viver o amor

Por Samuel Torralbo

Vencendo os idealismos para viver o amorVencendo os idealismos para viver o amor
O mundo está cheio de idealismos na sua pior versão; que nada mais são do que ideais “sagrados” ou “inegociáveis” de um determinado indivíduo ou grupo. Segundo Kurt Goetz “Idealismo é a capacidade de ver as pessoas como poderiam ser se elas não fossem como são”. Por causa dos diversos idealismos fundamentalistas é que inúmeras guerras, homicídios e sofrimento ocorrem todos os dias.
Principalmente em um tempo onde cada indivíduo se torna o centro de sua própria verdade ou idealismo temos um mundo cada vez mais preconceituoso, inflexível, e impaciente.
O idealismo de certo modo gera uma autodefesa ou um direito diabólico de não atender a necessidade do outro em nome dos seus próprios ideais ou crenças. Basta observar o encontro Jesus com a mulher samaritana: “Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).” (João 4.7-9)
A mulher samaritana certamente não sabia que era Jesus Cristo (o messias) que estava lhe pedindo água, em sua concepção aquele homem era apenas um judeu que estava rompendo o limite das barreiras ideológicas para comunicar uma necessidade pessoal–sede.
Mas note que, logo o preconceito étnico, cultural, religioso e ideológico sobrepôs a necessidade em vigência naquele momento. O que ficou em evidência não foi o pedido de Cristo Jesus – “Dá-me de beber”, mas antes, as objeções preconceituosas que sempre procuram justificar a ausência da pratica do bem e do amor ao próximo, naquele momento as barreiras foram: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).”.
Do mesmo modo, diariamente multidões de pessoas estão verbalizando as mesmas palavras ditas por Cristo Jesus: “Dá-me de beber”. É um pedido simples que comunica uma necessidade básica, mas que, requer extrema urgência. Porém, o que mais ouvimos (principalmente de religiosos) são conjecturas ideológicas separatistas e extremadas que geram barreiras, divisões, sofrimento, e principalmente retardamento da prática do bem.
As desculpas e afirmações ideológicas preconceituosas são as mais diversas diante das inúmeras necessidades alheias: “Você não faz parte do meu grupo”, “Estou muito ocupado agora”, “Como pode você sendo muçulmano, budista, umbandista etc..me pedir água, sendo eu um santo cristão?” É importante destacar que, o testemunho do Evangelho em Cristo Jesus não sucumbiu as barreiras ideológicas, mas antes, atropelou todos os preconceitos religiosos e ideológicos para atender o necessitado no caminho.
Em nome de que, temos fechado os olhos ou os ouvidos para não atendermos a necessidade do próximo? Quem neste exato momento está nos pedindo “Dá-me de beber”? Será que conseguimos ouvir e ver a necessidade alheia que nos cercam, ou será que nossas barreiras ideológicas preconceituosas são tão densas que estamos alienados do necessitado, morrendo em nossos próprios mundinhos religiosamente e politicamente corretos?
Possivelmente, um dos maiores desafios da Igreja contemporânea (onde o amor se esfria) será romper com os idealismos e preconceitos religiosos que engessam e atrofiam as obras em amor e fé que testificam do amor de Cristo Jesus. Certamente o mundo conhecerá a Deus em sua obra e amor quando se cumprir na Igreja a oração de Cristo Jesus: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim”. (João 17.23)
Samuel Torralbo

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sou salvo, não preciso buscar a santidade

Por Vinícius Corrêa

Sou salvo, não preciso buscar a santidadeSou salvo, não preciso buscar a santidade
Obviamente esse título não condiz com a verdade. Ninguém que conheça, acredite e entenda a doutrina da perseverança dos santos proferiria tamanho absurdo. Porém, isso é o que permeia a mente daqueles que a desconhece.
Muitos pensam, erroneamente, que o fato de sermos eternamente salvos nos isenta da “responsabilidade” de buscar a santidade e cumprir os preceitos bíblicos.
Nesse pequeno artigo, pretendo explanar a respeito da busca da santidade na vida dos eternamente salvos.
No artigo passado, discorri acerca da doutrina da perseverança dos santos, no antigo e novo testamento. Caso tenham dúvidas sobre a biblicidade dessa doutrina, peço-lhes que consultem esse link:
Vejamos uma ilustração:
Certo garoto morava em uma fazenda, e devido a sua inocência, semanalmente banhava seus porcos. Logo após banha-los, os porcos procuravam o lamaçal mais próximo e rolavam continuamente, e o garoto, ao contemplar aquela cena, notava que os porcos estavam mais felizes rolando na lama do que de banho tomado. Para o garoto, aquilo parecia loucura.
Certo dia, na mesma fazenda, o garoto observou uma ovelha com a lã brilhando de tão limpa, enquanto ela caminhava pelo campo, toda feliz. De repente, essa ovelha tropeça e cai no lamaçal. Então, ela, em desespero, se esforça para sair de lá o mais rápido possível. Quando consegue sair, ela começa a se esfregar na grama, buscando se limpar.
Você consegue observar o contraste?
Os porcos representam os homens naturais, que não conhecem a Cristo. Eles amam o pecado de tal maneira, que não conseguem viver sem ele. Esses homens precisam se lambuzar no pecado para serem felizes.
De maneira contrária, as ovelhas são aqueles homens que foram salvos por Cristo e são eternamente seguros. Talvez caiam na sujeira do pecado, porém, existe uma diferença entre os “homens ovelhas” e os “homens porcos”: os “homens porcos” amam o pecado e não querem sair dele; os “homens ovelhas” podem cair em pecado, mas não conseguem permanecer nele.
Por que isso ocorre?
Devido à natureza de cada um, os porcos, por natureza, amam a sujeira. Em contrapartida, as ovelhas, por natureza, amam a limpeza.
A santidade e a ausência de pecado
“Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu”.
O que João trata aqui, certamente não está ligado ao fato de não cometermos nenhum pecado, pois o contexto nos mostra o contrário. O que ele está tratando nesse texto é a mudança de natureza, o abandono da prática do pecado e a adesão da prática de santidade.
Muitos interpretam esse texto como se fossemos capazes de extinguir o pecado por completo de nossas vidas, nessa vida.
Alguns ainda defendem a ideia de que se morrermos praticando, e/ou sem pedir perdão por algum de nossos pecados, iremos para o inferno, ainda que tenhamos buscado a Deus, orado, lido a sua palavra e buscado a santidade, de maneira constante.
Como deve ser infeliz o homem que crê nisso, pois vive a sua vida com incertezas. Certamente, se formos seguir essa linha de pensamento, será difícil encontrarmos um homem que irá para o céu.
Você já conseguiu ficar um mês sem pecar? Eu não.
Você já conseguiu passar uma semana sem pecar? Eu não.
Você já conseguiu passar um dia sem pecar? Eu não.
Vamos supor que você, ao contrário de mim, respondeu sim para uma das três perguntas acima. Assim sendo, lanço lhe outro questionamento:
Quantos dias você já passou sem pedir perdão por seus pecados? Quantas noites, devido ao sono, ou qualquer outro problema, você esqueceu-se de se arrepender de seus pecados? Quantas vezes você pecou e não conseguiu imediatamente se arrepender do pecado que havia cometido?
Certamente que uma dessas coisas já aconteceu com você, assim como já aconteceu comigo, repetidas vezes.
Agora eu te pergunto: e se você morresse nesse período de tempo em que pecou e não se arrependeu. Para onde você iria?
Se você respondeu no inferno, saiba que sua probabilidade de ir para o céu é menor que 10%, pois o tempo que estamos pecando sem nos arrependermos é quase 90% maior do que o tempo em que estamos arrependidos.
Pode haver alguma variável de percentual para cada caso, mas, certamente, a probabilidade de irmos para o céu através da ausência do pecado é muito menor do que a de irmos para o inferno por causa do dele.
“Se dissermos que não cometemos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”.
Não se engane. Sempre iremos pecar.
O pecado é algo que vai acontecer, independente de nossa luta contra ele. Contudo, isso não significa que não devamos lutar.
Quando eu disse para não se enganar, parafraseando João, não se iluda pensando que a ausência de pecado vai te levar para o céu. Se fosse a ausência de pecado que nos levasse ao céu, vão seria o sacrifício de Cristo para PAGAR pelos nossos pecados.
Ser santo não significa parar de pecar. Ser santo significa reconhecer que somos pecadores e carecemos da graça de Deus. E é essa graça de Deus que nos conduz à santidade.
Deus é quem nos santifica
“Dar-lhes-ei um só coração, e porei dentro deles um novo espírito; tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne:
para que andem nos meus estatutos, e guardem as minhas ordenações e as cumpram. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus”.
A santidade é um ato exclusivo de Deus em nossas vidas – “POREI dentro deles um novo espírito” – esse novo espírito é nos dado pelo próprio Deus. Não somos nós que nos apropriamos dele – “TIRAREI da sua carne o coração de pedra, e LHES DAREI um coração de carne” – é o próprio Deus que muda o nosso coração. Ele que transforma nosso querer. Ele é quem tira de nós o coração duro, de pedra, que resiste à sua santidade, e nos da um coração de carne, que pulsa de amor por Ele.
“E o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao Senhor teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas”.
Mais uma vez, podemos observar Deus tomando a iniciativa de nos tornar santos: “E o Senhor teu Deus CIRUNDARÁ o teu coração” – e o texto continua dizendo para que: para o amarmos, e para que sejamos salvos.
“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.
Deus é quem nos predestina para sermos iguais a Cristo. Isso não parte de nós, mas sim de Deus.
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas”.
Podemos, nesse versículo, tirar uma rica lição: o caminho reto e aprovável que porventura venhamos a seguir, provém de Deus, e Ele preparou ANTES, ou seja, a iniciativa de andar no reto caminho não provém daquele que crê, e sim daquELE em que cremos. Essa é uma maravilhosa notícia, pois se dependesse de nós, nunca andaríamos pelos retos caminhos, buscaríamos sempre o mal.
Estamos seguros, pois é Deus quem nos preserva.
“Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória”,
“Ó inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz.
Sofrerei a ira do Senhor, porque pequei contra ele, até que julgue a minha causa, e execute o meu direito; ele me tirará para a luz, e eu verei a sua justiça”.
“Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e deleita-se no seu caminho. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão”
Na caminhada cristã, nós iremos tropeçar. Muitas vezes cair. Mas nunca iremos ficar prostrados, pois é Deus que nos sustenta, nos pega pela mão e nos conduz para seu lado. É o Senhor dos senhores, aquELE que é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos.
Como é maravilho e confortante sabermos que sua potente mão é quem nos ampara! Que seu braço forte é o que nos sustenta!
Pobre homem o que pensa que pode se preservar sozinho. Pobre homem o que pensa que sua salvação depende de sua conduta moral. Homens assim, estão fadados ao fracasso e à frustração, pois não conhecem ao Deus da bíblia. Não conhecem sua própria natureza putrefata; sem Deus nada podemos fazer.
“Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito”.
Por mais puro que aos seus olhos sejam os seus caminhos, por mais correta possa parecer sua conduta, tome cuidado. Sua justiça para Deus é como o trapo de imundícia. Seus caminhos, aparentemente retos, são tortuosos.
Conclusão
A santidade é um elemento basilar no processo salvífico? É óbvio que sim! Porém, é loucura pensar que podemos alcançá-la por esforço pessoal, em uma luta individual contra o pecado.
Quem nos conduz a santidade? É Deus. Quem nos preserva dos tropeços? É Deus.
Em observância do que foi discorrido nesse pequeno artigo, não se engane, você não é capaz de se auto-preservar. Se a salvação depender de sua santidade, sinto em dizer, mas o inferno te espera.
Coloque-se diante de Deus, em posição de incapacidade. Lute contra o pecado, porém, saiba que somente alicerçado em de Deus você vencerá.