sábado, 6 de outubro de 2012

Uma oportunidade perdida



Texto Bíblico: At 24. 24-27.

  • Uma oportunidade perdida
    O apóstolo Paulo certa vez foi aprisionado em Jerusalém e falsamente acusado de ter contaminado o templo. Os judeus tramaram sua morte, e, portanto, foi conduzido preso a Cesaréia onde Paulo fez sua defesa perante Félix, o governador da Judéia.
    Embora tenha Paulo provado a sua inocência das acusações de sedição contra o governo romano, e tenha mostrado que “por causa da ressurreição dos mortos” foi que o prenderam, Félix não lhe fez justiça, ma o deixou preso por dois anos.
    Certo dia Félix com sua mulher Drusila, mandou chamar a Paulo para ouvi-lo acerca da Fé em Jesus Cristo. Qual seria
    I. A PREGAÇÃO DE PAULO.
    para suas excelências, o governador e sua esposa? Graças a Deus, Paulo não se assustou ante os grandes do mundo! Félix ouviu dos lábios deste homem de Deus, a mesma mensagem que qualquer outra pessoa ouviria, isto é: ACERCA DA FÉ EM JESUS CRISTO. Com tanto poder pregou Paulo o Evangelho de Cristo, que, não parecia que esse algemado apóstolo fosse o acusado perante o juiz; a pregação fez o juiz sentir que ele era o preso, sim, preso dos seus próprios pecados, vícios, vaidade, e ambições carnais. Félix sentiu que estava sendo julgado no tribunal divino.
    Tudo era tão real que o fazia tremer. Como Deus falou ao coração de Félix nesse dia! Quem dera que assim Deus fale ao coração do ouvinte que ainda não conhece Jesus por seu Salvador. Analisemos por um pouco o que quer dize a frase: “A FÉ EM JESUS CRISTO”. Vemos como no sermão
    II. PAULO TRATOU DA JUSTIÇA.
    não se sentindo de culpar a Félix de ter impedido a justiça quanto ao seu caso, mas sim de expor a Félix as realidades da nossa existência: que Deus, que criou todos os homens e que também criou Félix, é um Deus justo, um Deus que exige dos homens a justiça. Mostrou-lhe que nenhum homem é justo em si, que toda sua justiça própria é superficial, imperfeita e insuficiente. Sem dúvida, ele mostrou que Jesus Cristo que, havia pouco entrara no mundo pela encarnação, era o único homem que jamais obedecera, na sua totalidade, a lei de Deus. Somente Jesus servia perante Deus como substituto do pecador, sim, substituto de sua excelência o governador também. Se esse quisesse, e se a aceitasse, a justiça de Cristo passaria a Félix. O governador ouviu tudo com atenção, pois reconheceu que o evangelho é RAZOÁVEL; é justamente aquilo que realmente satisfaz o profundo anelo da alma. Essa convicção resultou por obra e graça do Espírito Santo, que estava operando conforme Jesus dissera a seu respeito: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado da justiça…” (Jo 16.8).
    III. PAULO TRATOU DE TEMPERANÇA
    mostrando a esse homem do mundo, Félix a exigência justa de Deus quanto ao domínio próprio. O homem precisa ser dono de si, no sentido de dominar seus apetites carnais, suas ambições e seus desejos. Era perigoso falar essas coisas a um homem tão viciado como era Félix, homem que ambicionava ser grande nesse mundo. Paulo conhecia muito bem a fama do governador Félix, como vivia de maneira desregrada e grosseira, como mandou crucificar a centenas de patriotas judeus, alegando depois que eram bandidos. Paulo sabia das insurreições e tumultos que sua gestão provocara, e como pagou cangaceiros para liquidar seu inimigo Jônatas o sumo sacerdote.
    Paulo também estava ciente de que Félix combinara com um feiticeiro para consumação de seu plano de seduzir Drusila, a esposa do rei Aziza, rei de Emesa. E lá estava a seu lado nesse dia essa mulher, filha de Herodes Agripa I, da família Herodes que tantas páginas ensangüentadas deixaram na história, era ela uma verdadeira Jezabel, uma outra Herodias, que sem dúvida gostaria de ver morto Paulo esse grande pregador da justiça que tinha a coragem de repreender sua vida íntima pecaminosa. Notamos que ela nenhuma emoção demonstrou diante da incisiva mensagem. Nem todo pregador tem essa coragem; mas Paulo a tinha, graças a Deus!
    IV. FÉLIX TREMEU
    ao ouvir as coisas do juízo vindouro. Quão grande o poder do evangelho quando faz tremer um governador da Judéia. E essa não foi a primeira vez que assim aconteceu. Lembremo-nos que Moisés tremeu no Monte Sinai quando recebeu a Lei de Deus. Belsazar, rei da Babilônia, tremeu quando a mão escreveu na parede da sala de banquete. Ao ressuscitar Jesus, os guardas do Seu túmulo caíram por terra como homens mortos. O carcereiro de Filipos também tremeu como vara verde e quase se suicidava na noite em que Paulo e Silas cantavam hinos na prisão. Há mais de duzentos anos, o pregador Jônatas Edwards pregou um sermão intitulado: “Pregadores nas mãos de um Deus irado”. Tão forte foi a emoção do povo ante essa pregação, que os ouvintes se seguraram nas pilastras e bancos do templo, pensando que escorregavam para o inferno.
    Um ancião gritou: “Sr. Edwards! Mas Deus não usa mais de misericórdia?” Assim centenas de pessoas converteram-se naquele culto. E Félix tremeu assim, por causa de sua consciência que o acusava. Lembrou-se dos órfãos e viúvas, as vítimas dos seus homicídios. Viu-se como criminoso em seu namoro com a Drusila. Félix teve medo de se apresentar em Juízo diante do seu Criador. Sem dúvida, Deus usa o medo para deter nossa marcha para a perdição. Antes de ter medo do inferno e chegar ao céu, do que não ter medo de nada e ser lançado no abismo de fogo! Permita Deus que o ouvinte não crente sinta o mesmo pavor que sentiu Félix. Toma posição ao lado de Cristo que deseja salvar-te. Infelizmente Félix
    V. ADIOU SUA DECISÃO
    dizendo a Paulo, que tanto fez para ganhar essa alma para Cristo: “Por agora te vai, e eu, tendo oportunidade, te chamarei”. Oh, como é fatal a demora numa questão como essa, questão da qual depende toda felicidade futura! Conforme a resolução dessa hora depende se a pessoa terá a vida eterna ou a morte eterna. Diz-se que perto do Portão de Jafa em Jerusalém há um terraço chamado o “Terraço da Indecisão”. Tão plano é o local que as gotas de chuva por muito tempo ficam indecisas quanto ao seu rumo. Uma parte delas enfim passam ao oeste, entrando no “Vale das Rosas” onde proporcionam vida, fertilidade e beleza. Outras vão para o leste, descendo pelo Vale de Tofete e mais adiante ao Mar Morto.
    Assim pode ser a decisão do amigo neste momento. Em tuas mãos está o destino da tua alma – ou a Vida ou a Morte. Decide para Cristo. Félix pensou que tinha muito tempo para acertar sua vida, mas Deus diz: “Como escaparemos nós se tivermos descuidado de tão grande salvação” (Hb 2.3). Pensou que em qualquer tempo pudesse tratar do assunto da sua alma, mas Deus sempre diz: “Eis aqui agora o tempo aceitável, eis agora o dia da salvação” (2Co 6.2). Quero crer que Félix tivesse algumas boas intenções nesse sentido, mas demorou. De fato a estrada para o inferno está pavimentada de boas intenções. Creio que seja a negligência a chamada de Cristo a principal responsável do grande número de pessoas que estão no inferno nesta hora.
    É mais responsável do que o homicídio, o adultério, e as bebidas. Oh, Félix, como durante milhões de anos terás o remorso de pensar naquele dia quando diante do maior pregador de todos os tempos estavas quase persuadido. Por não te decidires perdeste a tua alma! Que tristeza! Quase salvo! Mas no fim perdido! Apesar de chamar Paulo muitas vezes para conversar com ele, Félix nunca aceitou a Cristo. Paulo permaneceu preso em cadeias porque Félix imaginou que algum rico amigo de Paulo pudesse pagar-lhe uma grande soma para comprar sua liberdade. Também sendo Drusila judia inimiga de Paulo, Félix pensou nas vantagens políticas de deixar preso o pregador. Como estava em trevas o coração desse governador! Ele não quis chegar à luz, pois suas obras eram más.
    Mais importava agradar a mulher ao seu lado do que agradar a Deus. Se Félix soubesse que apesar dos seus planos, e como menos de dois anos seria substituído no governo e como estaria em dificuldades com o Imperador, teria talvez resolvido a ser crente. Se ele soubesse que essa mulher e um seu filho seriam sufocados na erupção do Vulcão Vesúvio no ano 79, ter-se-ia entregado ao Salvador. Mas pela negligência recusou o único Caminho para o céu.
    Ilustração:
    Certa vez um navio Norueguês encalhou nas pedras da costa de Morayshire, e rapidamente desfazia-se nas ondas. Veio em socorro dos náufragos um barco salva-vidas, cuja tripulação enfrentou o furor da tempestade. Ao chegarem ao navio sinistrado, acharam o capitão e cinco tripulantes amarrados ao mastro, quase gelados pelo frio. Um após outro foi transportado ao barco salva-vidas, mas quando chegou a vez do capitão, esse recusou o salvamento.
    Em inglês bem carregado disse: “I’ll stick to my ship, whether she sinks or not” – “Eu ficarei a bordo, mesmo que o navio vá ao fundo”. A tripulação do barco tudo fez para dissuadir da sua loucura o velho capitão, mas não o conseguiram. Quando insistiu ele disse: “Tomorrow”. – “Amanhã” – Muito pesarosos os bravos do mar foram obrigados a deixá-lo no seu barco. Durante a noite, o navio soçobrou, levando consigo ao fundo do mar o capitão que só “Amanhã” queria ser salvo. Aquele “amanhã” o achou na eternidade. Meu amigo, não faça como o fez o governador Félix, que pelo amor ao prazer, à vaidade, e ao pecado sacrificou a sua alma. Jesus te espera, neste momento de decisão. Amém.

    Adilson Faria Soares




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