Pobres, cativos e cegos
Vemos agora Jesus na sinagoga em Nazaré. As sinagogas não eram
templos, pois só havia um templo autorizado por Deus, o de Jerusalém.
Sinagogas eram lugares onde os judeus se encontravam para ler as
Escrituras e fazer orações. Tinham também o caráter de escolas para o
aprendizado das Escrituras.
Jesus recebe o rolo do livro de Isaías para ler, e o abre no que hoje
conhecemos como o capítulo 61: “‘O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou
para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos,
para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor’. Então
ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga
todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: ‘Hoje se
cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir’” (Lc 4:18-21).
Tão importante quanto o que Jesus leu de Isaías é o que ele não leu,
pois após a frase “proclamar o ano da graça do Senhor” vem “…e o dia da
vingança do nosso Deus” (Is 6:2). O mesmo Jesus que um dia virá como
Juiz, para derramar sua ira sobre os que se opõem a ele, veio antes como
Salvador. Ele anuncia o período da graça e não da ira de Deus. Mas
existem condições para ser beneficiado. As boas novas são pregadas aos
pobres, a liberdade proclamada aos cativos, e a cura anunciada aos
cegos. Para ser salvo você deve se reconhecer pobre, preso e cego.
A salvação é oferecida por graça somente, portanto se você acredita
ter algo para pagar por ela é porque se acha rico. O preço pago pela
redenção do pecador foi o sangue do próprio Filho de Deus. O que você
acha que possui que poderia se equiparar ao valor do sangue de Cristo?
Ricos confiam no que têm; pobres dependem do que não têm e precisam
receber. É assim que se recebe a salvação.
Além disso, Jesus veio oferecer libertação aos cativos. Em Hebreus
capítulo 2 diz que Jesus se fez homem “para que, por sua morte,
derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e
libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo
medo da morte” (Hb 2:14-15). Se você não se considerar preso e escravo
da morte e do diabo não dará valor à libertação que Jesus oferece.
Passarinho que nasce em gaiola não se considera preso, do mesmo modo
como o pior cego é aquele que não quer ver.
E é a cura para essa cegueira espiritual que Jesus anuncia, porém de
que adianta isso se você acha que pode ver? O apóstolo Pedro diz que os
salvos por Cristo “são geração eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pd 2:9). É preciso
reconhecer-se em trevas para desejar a luz de Cristo. Se você se
considera pobre, cativo e cego, peça agora mesmo para Jesus lhe salvar.
Autor: Mario Persona
Nenhum comentário:
Postar um comentário