Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo
Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo
diabo. Não comeu nada durante esses dias e, ao fim deles, teve fome” (Lc
4:1-2). Em Gênesis Deus viu que tudo era muito bom após criar o
primeiro homem. Porém logo veio Satanás para tentá-lo e Adão caiu.
Quando o segundo homem entra em cena Deus declara ter nele o seu prazer e
mais uma vez Satanás vem tentá-lo. Mas agora ele encontra um homem
cheio do Espírito Santo, impermeável ao pecado e incapaz de pecar.
Jesus não passa apenas pelas três tentações detalhadas neste capítulo
4 de Lucas. Ele é tentado durante quarenta dias. O primeiro homem foi
tentado no conforto do Éden, onde não havia fome, sede ou calor. Quando o
segundo homem é tentado, ele está em um deserto, o mesmo deserto em que
nós vivemos. Por isso em Hebreus diz que “naquilo que ele mesmo, sendo
tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados… porque não temos
um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;
porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 2:18;
4:15).
Neste versículo, onde diz “sem pecado” não quer dizer “sem pecar”,
mas “exceto o pecado” ou “pecado à parte”. Jesus não tinha o pecado como
nós temos, que gera uma resposta à tentação. Ele só podia ser tentado
de fora para dentro, e não de dentro para fora como ocorre conosco.
Tiago explica que cada um “é tentado pela própria cobiça, sendo por
esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o
pecado; e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte” (Tg 1:13-15).
Embora o crente em Cristo traga em si a possibilidade de responder à
tentação, a Palavra de Deus afirma que ele está equipado para
suportá-la. Em 1 Coríntios diz que “não sobreveio a vocês tentação que
não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês
sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados,
ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1 Co
10:13).
Há quem alegue que se Jesus não podia pecar, então ele não podia ser
tentado como nós. A Bíblia diz que “como nós, em tudo foi tentado”; não
diz que “como nós sucumbiu à tentação”. Por ser Deus e Homem, seria
impossível Jesus pecar. Alguns dizem que o Homem Jesus poderia cair em
pecado, mas o Deus Jesus não, o que é um absurdo. Após a sua encarnação,
além de ser perfeito Deus ele se tornou perfeito Homem, e assim
igualmente sem pecado. Se Jesus tivesse em si o pecado ou fosse capaz de
pecar, ele não seria o “cordeiro sem mancha e sem defeito” exigido para
o sacrifício pelo pecador (1 Pd 1:19).
Autor: Mario Persona
Fonte: O evangelho em 3 minutos
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