Introdução A seguir apresento
algumas informações básicas sobre o arminianismo clássico. Início o
texto apresentando informações históricas sobre o teólogo...
Uma Introdução ao Arminianismo
Introdução
A seguir
apresento algumas informações básicas sobre o arminianismo clássico.
Início o texto apresentando informações históricas sobre o teólogo
holandês Jacó Armínio, de quem o termo arminianismo deriva. Na
sequência, abordo o Remonstrance, protesto que cristaliza as idéias de Armínio apresentadas por seus seguidores depois de sua morte. Depois, são apresentados Os Cinco Artigos Arminianos contidos no Remonstrance
seguidos de breves comentários. Continuando, comento sobre a “graça
preveniente” doutrina cara ao arminianismo. Por fim, estabeleço uma
linha demarcatória entre o sinergismo arminiano e o pelagiano e
semipelagiano, assunto de extrema relevância, pois, frequentemente,
Armínio e suas idéias são, indevidamente, rotulados de pelagianos e
semipelagianos.
Tiago Armínio
Arminianismo
– sinônimo de anticalvinismo, pelo menos em alguns pontos teológicos – é
um termo derivado do nome próprio de Tiago Armínio. Teólogo holandês
(1560-1609), nasceu em Oudewater, no sul da Holanda. Sua formação
teológica aconteceu principalmente na Universidade de Leyden e em
Genebra, e foi ordenado no ano de 1588. De 1603 até sua morte, foi
professor naquela Universidade. Um de seus mestres foi Teodoro Beza,
sucessor de Calvino e mais extremado ainda que este quanto o
predestinismo. Esse fato evidencia o quanto a educação de Armínio fora
estritamente reformada – tipo calvinista. Segundo Gonzáles[1]
“ele foi um calvinista convencido, e permaneceu como tal por toda a sua
vida, embora em muitos dos pontos debatidos, ele óbvia e
conscientemente se afastou dos ensinos de Calvino”. A teologia de
Armínio afastou-se de Calvino como uma revolta contra alguns elementos
que ele considerava opostos à razão e ao sentido teológico. Ele achou a
doutrina calvinista da predestinação uma negação da justiça de Deus.
A inevitável
colisão acadêmica entre Armínio e o calvinismo aconteceu em Leyden
quando ele foi indicado como professor de Teologia em 1603. Seu opositor
no debate foi Francisco Gomarus um ferrenho calvinista e teólogo
supralapsariano que o considerava um elemento perigoso à formação das
novas gerações de ministros. Ele defendia que os padrões doutrinários
das universidades e igrejas da Holanda fossem calvinistas. Gomarus
reagiu irascivelmente às idéias de Armínio com quem se encontrou em 6 de
maio de 1603 em Haia frente ao Sínodo conforme reivindicação do
primeiro. Neste encontro foram debatidos vários temas e o final do mesmo
se deu com algum grau de fraternidade. Posteriormente, a situação se
agravou entre ambos e os mesmos foram convocados a comparecerem em Haia
na presença de oito ministros para exporem suas divergências teológicas.
Uma dessas diferenças gravitava em torno da ênfase dada à graça de Deus
por Gomarus relegando a nada a fé como o elemento do lado humano na
questão da salvação. Armínio, por sua vez, tentava conciliar ambas.
Armínio, sempre mais condescendente, dizia não ter como intenção impor
suas ideias a ninguém. Já Gomarus, muito irascível, vivia por condenar
Armínio diante de seus ouvintes durante sua prédica e diante de
autoridades provinciais. Antes desse ataque de Gomarus, a teologia de
Armínio não era considerada heterodoxa pela igreja e Estado. A situação
começou a inverter quando o aspecto político liderado pelo príncipe
Maurício de Nassau passou a se intrometer no processo. Armínio, muito
enfermo, faleceu em 19 de outubro de 1609 com apenas 49 anos. Depois de
sua morte, seguidores de suas doutrinas experimentaram o crescimento da
perseguição. Armínio não sistematizara suas doutrinas.
Simon
Bisschop (1583-1643) assumiu a cadeira deixada por Armínio depois de sua
morte em Pieterskerkhof. Contra Bisschop Gomarus voltou sua artilharia
devido ao fato dele seguir as mesmas diretrizes teológicas que seu
antecessor. A morte de Armínio não amainou a difusão do arminianismo.
Isso levou Gomarus e seus seguidores a pressionarem a saída de todos os
professores arminianos da Universidade de Leyden. Como reação, um grupo
de quarenta e seis pastores assinaram o Remonstrance.
Remonstrance
Remonstrance
significa “protesto”. Esse é o título do documento, provavelmente
escrito por João Uyttenbogaert (GONZÁLES, 2004), que rejeitando tanto o
supra como o infralapsarianismo apresentava Os Cinco Artigos Arminianos. Este documento [leia aqui]
foi dirigido às províncias da Holanda e de Frieslândia, em 1610. Por
esta causa, os ministros receberam a alcunha de “remonstrantes” e foram
privados de seus ministérios.
Gonzáles explica-nos em torno de quais questões girou o debate depois da publicação do Remonstrance.
- [...] a controvérsia ficou envolvida num conjunto de questões políticas e sociais. A maioria das províncias marítimas, e especialmente a burguesia, que era numerosa e poderosa naquelas províncias, tomaram a posição arminiana. As classes baixas rurais, bem como aqueles das ilhas que viviam da pesca, apoiaram o Calvinismo rígido de Gomarus, e foram acompanhadas nesta posição por diversos estrangeiros exilados para quem a pureza da fé era essencial. Assim como as províncias marítimas apoiaram João Barneveldt em sua oposição ao poder crescente de Maurício de Nassau, os arminianos contaram com o apoio de Barneveldt, enquanto Maurício era a favor dos Gomaristas. Quando Roterdã optou pela posição remonstratense, Amsterdã, que há muito era sua rival, assumiu a posição oposta. De qualquer forma, em 1618, Maurício de Nassau e seu partido tinham consolidado seu poder, e, portanto, quando o Sínodo de Dort foi convocado estava claro que ele condenaria a posição remonstratense. (2004, p. 286)
O Sínodo de Dort[2] (1618-1644) condenou os remonstrantes e estabeleceu a doutrina reformada em cinco pontos: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, vocação eficaz e perseverança dos santos. No entanto, Os Cinco Artigos Arminianos foram mantidos. Na Holanda, destacam-se alguns pensadores defensores da Remonstrance: H. Uytenbogaert (1557-1644), Simon Episcopius (1583-1643), Hugo Grótio (1583-1645) e Philipp van Limborch[3] (1633-1712). Esses homens são os primeiros líderes do arminianismo[4].
Os Cinco Artigos Arminianos
Esses
artigos foram preparados respondendo a um pedido de João Oldenbornveldt,
chefe da Província de Holanda que iria apresentá-los ao Governo com
vistas a obter uma maior tolerância para os adeptos do arminianismo.
Esses cinco artigos remonstrantes não são, evidentemente, uma declaração
completa da doutrina arminiana.
1º) Deus elege ou reprova com base na fé ou na incredulidade previstas
Gonzáles apresenta as seguintes palavras de Armínio:
- Deus determinou salvar e condenar certas pessoas em particular. Este decreto tem seu fundamento no pré-conhecimento de Deus, pelo qual ele conheceu desde toda a eternidade aqueles indivíduos que, por meio da sua graça preventiva [i.e., precedente], creriam e perseverariam por meio de sua graça subseqüente, de acordo com a administração anteriormente descrita daqueles meios que são adequados e próprios para a conversão e a fé; e, por esse mesmo pré-conhecimento, ele semelhantemente conheceu aqueles que não creriam e perseverariam.[5]
Decorre
desse comentário a idéia da salvação do homem não porque este é um
eleito, mas, porque ele recebe a Cristo como Senhor e Salvador, ele se
torna um eleito (Jo 3:36). Não existe uma seleção de algumas pessoas
para a salvação, nem tampouco para a condenação. A eleição é
condicional.
2º) Cristo morreu por todos e por cada homem
Armínio
disse que Jesus “morreu por todos os homens e por cada um deles, de tal
forma que ele obteve tudo para eles, por meio de sua morte na cruz,
redenção e perdão de pecados.”[6]
O teólogo
holandês insistia que Deus ofertara a vida eterna a todos os homens por
meio da obra expiatória de Jesus Cristo que é de extensa amplitude.
Jesus é o salvador do mundo. A redenção é universal (Jo 3:16; 1ª Jo
2:2). Tal posicionamento não leva ao universalismo real, pois para
Armínio e os remonstrantes apenas os crentes serão salvos e os de
vontade pervertida, caso queiram, poderão rejeitar essa provisão. O tipo
de universalismo que temos à nossa frente é o qualificado. O teólogo
arminiano H. Orton Wiley explica[7]:
- A expiação é universal. Isto não quer dizer que toda a humanidade se salvará incondicionalmente, mas apenas que a oferta sacrificial de Cristo satisfez as pretensões da lei divina, de maneira que tornou a salvação possível para todos. A redenção, portanto, é universal ou geral no sentido de provisão, mas especial ou condicional na sua aplicação ao indivíduo.
Interessante que esse conceito de uma expiação ilimitada tenha sido defendido por Calvino, “Pai do Calvinismo”. Geisler[8] cita-o:
- [...] A palavra “muitos” (em Marcos 14:24) não significa somente uma parte do mundo, mas a totalidade da raça humana [...] É incontestável que Cristo veio para a expiação dos pecados da humanidade como um todo.
Esta é uma
clara consonância entre Calvino, Armínio e os remonstrantes. O rótulo de
hereges aplicado a esses últimos em Dort não tem sentido. Em relação a
esse artigo os inquisidores calvinistas de Dort não seguiam Calvino.
3º) O homem é tão depravado que a graça divina é necessária tanto para a fé como para as boas obras
Os
remonstrantes não negaram a depravação total. A humanidade está sob a
égide do pecado. Todos nascem “filhos da ira”. Apenas e tão somente pela
graça preventiva o homem é capacitado a crer na mensagem do Evangelho.
Armínio escreveu:
- [...] Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de e por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina.[9]
Armínio é
frequentemente acusado de pelagianismo. Uma acusação dessas é
apresentada por Kenneth Collins [que concorda com a mesma] ao citar
Albert Outler: “Armínio defende que o homem tem vontade de se voltar
para Deus antes (ênfase no original) que a graça o incite [...]”[10]
Essa é uma acusação leviana conforme demonstra o excerto de Armínio
citado imediatamente acima. Noutro escrito, Armínio diz: “[O homem] não vai fazer nenhum bem (ênfase minha), nem resistir a qualquer tentação do mal, sem a graça.”[11]
Para Armínio
e os remonstrantes os homens nascem espiritualmente e moralmente em
estado de total depravação e, por isso, são incapazes de realizar
qualquer bem diante de Deus sem que Esse os ampare com Sua graça
precedente. Tal incapacidade é física, intelectual e volitiva. Teólogos
arminianos chamam essa incapacidade de “impotência para o bem”. Apenas
pela graça os efeitos do pecado original podem ser superados e o ser
humano, finalmente, poderá cumprir os mandamentos espirituais de Deus.
4º) Pode-se resistir à graça divina
Em seu
embate com Gomarus, Armínio negou a irresistibilidade da graça. Uma
graça suficiente e universal segue a pregação do Evangelho e ela pode
ser resistida ou não, dependendo da vontade de cada um. Esta capacidade
de responder à graça de Deus aceitando-a ou recusando-a não fora perdida
com a queda do homem. Num de seus escritos Armínio declarou: “Creio,
segundo as Escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e
rejeitam a graça que lhes é oferecida.”[12]
Algumas passagens bíblicas eram trazidas a baila para sustentar esse
ensino (Mt 23:37; Lc 7:30; At 7:51; 2ª Co 6:1; Hb 12:5). Para Armínio
essas referências provam que ninguém é coagido a aceitar a graça divina,
ação operante do Espírito Santo junto ao homem. O Sínodo de Dort
objetou à esse artigo remonstrante falando de uma graça irresistível e
eficaz.
O espírito arminiano da negação de uma “graça irresistível” é apresentado por Geisler ao citar C. S. Lewis:
- O “Irresistível” e o “Inquestionável” são as duas armas que a própria natureza dos planos de Deus o proíbem de usar. Seria inútil para Ele [...] simplesmente passar por cima da vontade humana. Ele é incapaz de violentar, tudo o que Ele pode fazer é persuadir.[13]
5º) Se todos os verdadeiros regenerados perseveram com certeza na fé, é uma questão que exige maior investigação
Os remonstrantes não se posicionaram sobre a perseverança dos santos e deixaram essa questão em aberto.
Gonzáles atribui a Armínio a seguinte declaração: “é certo que o regenerado por vezes perde a graça do Espírito Santo.”[14] Segue outra declaração de Armínio sobre esse assunto:
- Nunca ensinei que um verdadeiro crente pode, total ou finalmente, cair da fé e perecer. Porém, não vou esconder que há passagens das Escrituras que me parecem ensinar isso.[15]
Sobre a
perseverança incondicional, Armínio escreveu: “Por outro lado, certas
passagens apontam para a doutrina da perseverança incondicional e elas
merecem cuidadosa apreciação.”[16] Está claro o espírito investigativo da parte de ambos [Armínio e remonstrantes] que paira sobre esse ponto controverso.
Da parte de
arminianos que creem na perda da salvação [há arminianos que não creem
nesta possibilidade] , uma maneira de explicar como isso se dá nos é
oferecida por Dale Moody[17] citado por Richard J. Sturz:
- Cristo não é apenas fidedigno, ele é predestinado para a glória. Nele sou também predestinado para a glória. Se eu não permanecer nele, meu destino não será a glória [...] Quanto mais permaneço em Cristo, mais seguro me sinto. Cristo, porém, não me ligou a si por uma graça irresistível, mas por laços de amor e pela experiência da graça recebida pela fé, como um homem livre.[18]
Graça Preveniente
Chamada
também de “preventiva” ou “precedente”. Graça preveniente é aquela que
antecede qualquer decisão do homem frente aos apelos do Evangelho.
Devido ao fato da depravação total do homem, ele não tem condições de,
por si mesmo, arrepender-se. Por isso torna-se necessária uma ação
graciosa da parte de Deus que venha tornar a vontade humana livre para
escolher ou não cooperar com o Espírito Santo. Esta cooperação não é
complementar ou substitutiva, em qualquer aspecto que seja, à obra da
graça divina. A salvação é de Deus! Ao homem cabe apenas não resistir à
Sua graça. Cedendo às convicções do Espírito Santo, finalmente, a obra
salvífica fundada unicamente nos méritos de Cristo é implementada na
vida do homem. É evidente que o ato de não resistir à graça implica no
assentimento humano. Todavia, em hipótese alguma, isso faz do homem, em
qualquer sentido que seja, o seu próprio salvador.
Armínio escreveu:
- Desta maneira, eu atribuo à graça o começo, a continuidade e a consumação de todo bem, e a tal ponto eu estendo sua influência, que um homem, embora regenerado, de forma nenhuma pode conceber, desejar, nem fazer qualquer bem, nem resistir a qualquer tentação do mal, sem esta graça preveniente e excitante, seguinte e cooperante (ênfase minha).[19]
Arminianismo não é Pelagianismo nem Semipelagianismo
Alguns,
maldosamente, costumam associar o arminianismo ao pelagianismo ou ao
semipelagianismo. Por outro lado, é um fato que muitas crentes que se
dizem arminianos não passam de pelagianos ou semipelagianos. Neste caso,
esses crentes são o que são devido à ignorância a respeito do
arminianismo clássico.
O
pelagianismo é um sistema doutrinário elaborado por Pelágio (360-420
D.C.), teólogo britânico. São vários os pontos discordantes entre a
teologia pelagiana e arminiana. Apenas para demonstrar tal
distanciamento, cito uma fundamental divergência entre ambas quanto à
natureza humana. Pelágio não cria em pecado original ou no pecado
herdado. Desse modo, não existe depravação humana total e o homem pode
alcançar a salvação apenas por meio de suas boas obras. Já demonstrei
que Armínio e os remonstrantes, em seu terceiro ponto, afirmam a total
depravação do homem e sua dependência da graça divina tanto para fé como
para as boas obras.
Quanto ao
semipelagianismo, o mesmo é uma espécie de modificação do pelagianismo.
Esse sistema surgiu nos mosteiros gauleses no século V. Tratando da
natureza humana, este sistema defendia que mesmo com a vontade depravada
o homem ainda possui uma condição residual que o possibilita realizar o
movimento inicial de fé. O monge de Marselha, João Cassiano, foi o
representante mais capaz dessa escola (KELLY, 1994, p. 281).
O terceiro
artigo remonstrante também nega o semipelagianismo. A doutrina da graça
preveniente de igual modo contrapõe-se ao sinergismo em questão.
Conclusão
O
arminianismo clássico, a despeito de toda resistência encontrada na
Holanda e da condenação dos remonstrantes como hereges no Sínodo de
Dort, seguiu seu caminho. Depois da morte de Maurício de Nassau e o
enfraquecimento político do calvinismo, os arminianos puderam se
estabelecer novamente na Holanda onde fundaram igrejas e seminários. Não
incorro em algum erro polarizar o arminianismo em dois grupos: clássico
e wesleyano. Entre as denominações que podem ser nomeadas de
arminianas estão as Batistas Gerais, Metodistas, Metodistas Wesleyanos,
Hollines, Igreja do Nazareno, Assembléias de Deus e outras denominações
Pentecostais. Dentre os teólogos arminianos posso destacar A. W. Tozer,
Leonard Ravenhill, Dale Moody, Roger Olson, Horton H. Wiley, Myer
Pearlman, C. S. Lewis, Ian Howard Marshall, G. Campbell Morgan, John
Wesley, Stanley M. Horton, Russel P. Shedd, dentre outros. No que tange à
introdução ao arminianismo clássico, isso é tudo que tenho a dizer por
hora. No entanto, cabem umas últimas palavras no sentido de incentivo à
busca por uma compreensão mais clara sobre o arminianismo clássico. É
vasto o número de evangélicos que se forem apresentados a eles o sistema
arminiano clásssico logo dirão crerem no mesmo. Porém, o que se observa
na prática é a existência de uma aproximação por parte dessa gama de
evangélicos do pelagianismo e/ou semipelagianismo. Isso ocorre devido o
desconhecimento dos pressupostos do tipo de arminianismo aqui esboçado.
Esse problema só será resolvido através de uma sólida formação do povo
de Deus quanto a uma orientação soteriológica conforme apresentada por
Armínio e seus seguidores como Simon Episcopius (1583-1643) e Hugo
Grotius (1583-1645). Espero pelo surgimento de mestres comprometidos com
a teologia arminiana clássica para instruir os evangélicos nesse
sentido, pois, estou certo que ela faz mais justiça à soteriologia
bíblica do que, por exemplo, o sistema calvinista.
Por Pr. Zwinglio Rodrigues
[1] GONZÁLES, Justo L. Uma História do Pensamento Cristão: da Reforma Protestante ao Século 20. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 283.
[2]
Assembléia reunida na cidade de Dort durante sete meses (13 de novembro
de 1618 a 9 de maio de 1619). Nesta estiveram presentes 84 teólogos e
18 delegados seculares. Deste Sínodo pode-se dizer que não fora
ecumênico, protestante, pois o maior número de delegados era da Holanda,
pois o pano de fundo do concílio eram questões políticas locais. Para
esta assembléia atitudes escusas foram adotadas como, por exemplo, a
cassação do direito de voto dos teólogos arminianos. O representante
arminiano a discursar foi Simão Episcópio, principal teólogo depois da
morte de Armínio.
[3] Posteriormente, Limborch se afastaria do arminianismo clássico para aproximar-se do semipelagianismo.
[4] CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, edição 9ª, 2008.
[5] GONZÁLES, Justo L. Uma História do Pensamento Cristão: da Reforma Protestante ao Século 20. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 285.
[6] ibid., p. 287.
[7] WILEY, H. Orton. Introdução à Teologia Cristã. São Paulo, SP: Casa Nazarena de Publicações, 1990, p. 270.
[8] GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, vol. 2, 2010, p. 295.
[9] Extraído de As Obras de James Arminius vol. I.
[10] COLLINS, Kenneth J. Teologia de John Wesley. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 106.
[11] Extraído de As Obras de James Arminius vol. I.
[12] Ibidem.
[13] GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, vol. 2, 2010, p. 390.
[14] GONZÁLES, Justo L. Uma História do Pensamento Cristão: da Reforma Protestante ao Século 20. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 286.
[15] Extraído de As Obras de James Arminius vol. I.
[16] Ibidem.
[17]
Dwight Lyman Moody (5 de fevereiro de 1837 – 22 de dezembro de1899),
também conhecido como D.L. Moody, foi um evangelista e editoramericano
que fundou a Igreja Moody, a Escola Northfield, a Escola Mount Hermon em Massachusetts (agora chamada Escola Northfield Mount Hermon), o Instituto Bíblico Moody e a Moody Press. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dwight_L._Moody
[18] STURZ, Richard J. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2012, p. 219.
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