João Batista prega o evangelho do Reino para que as pessoas se
preparem para a chegada do Rei. Os princípios do reino continuam
válidos, como ajudar os necessitados, agir com honestidade e tratar a
todos com bondade. São os mesmos princípios do Sermão da Montanha e
servem para a vida em um reino na terra, não no céu, pois no céu não há
necessitados.
Sabendo que o Rei veio, foi rejeitado, e voltou ao céu, entendemos
que hoje fazemos parte de um reino cujo Rei está no exílio. O evangelho
do Reino pregado por João é o mesmo que Jesus pregou, e é basicamente
uma mensagem de arrependimento e mudança de atitude. Jesus dizia: “O
tempo é chegado… o Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam
nas boas novas!” (Mc 1:15).
Este, porém, não é o evangelho pregado pelos cristãos. Hoje não
dizemos às pessoas para mudarem de vida e se prepararem para a chegada
do Rei, como se a salvação fosse algo futuro. A mensagem que pregamos é
para uma salvação imediata; “é o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê” (Rm 1:16). Ela está fundamentada na morte e ressurreição
de Cristo, que ainda não tinham ocorrido na época de João Batista.
Hoje pregamos o que Paulo pregou ao carcereiro: “Creia no Senhor
Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa” (At 16:31). Paulo diz:
“Por meio deste evangelho vocês são salvos… Pois o que primeiramente
lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados,
segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras”. Crer em qualquer coisa que não inclua a morte e
ressurreição de Jesus é crer em vão (1 Co 15:1-4)
Os judeus pensam que João Batista é o Cristo, mas ele explica que os
batiza com água, enquanto o Cristo “os batizará com o Espírito Santo e
com fogo”. Ele fala de outra vinda, quando Cristo “traz a pá em sua mão,
a fim de limpar sua eira e juntar o trigo em seu celeiro; mas queimará a
palha com fogo que nunca se apaga”. O Espírito Santo é para os salvos; o
fogo para os perdidos. Os primeiros são recolhidos no celeiro, os
outros queimados “com fogo que nunca se apaga” (Lc 3:17).
Curiosamente alguns cristãos pensam que aqui esteja falando das
“línguas como de fogo” que desceram no dia de Pentecostes quando a
igreja foi formada. Aí começam a pedir que caia fogo do céu sobre eles,
um pedido que felizmente Deus não atende pois não quer vê-los no
inferno.
Autor: Mario Persona
Fonte: O evangelho em 3 minutos
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