segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Vencendo os idealismos para viver o amor

Por Samuel Torralbo

Vencendo os idealismos para viver o amorVencendo os idealismos para viver o amor
O mundo está cheio de idealismos na sua pior versão; que nada mais são do que ideais “sagrados” ou “inegociáveis” de um determinado indivíduo ou grupo. Segundo Kurt Goetz “Idealismo é a capacidade de ver as pessoas como poderiam ser se elas não fossem como são”. Por causa dos diversos idealismos fundamentalistas é que inúmeras guerras, homicídios e sofrimento ocorrem todos os dias.
Principalmente em um tempo onde cada indivíduo se torna o centro de sua própria verdade ou idealismo temos um mundo cada vez mais preconceituoso, inflexível, e impaciente.
O idealismo de certo modo gera uma autodefesa ou um direito diabólico de não atender a necessidade do outro em nome dos seus próprios ideais ou crenças. Basta observar o encontro Jesus com a mulher samaritana: “Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).” (João 4.7-9)
A mulher samaritana certamente não sabia que era Jesus Cristo (o messias) que estava lhe pedindo água, em sua concepção aquele homem era apenas um judeu que estava rompendo o limite das barreiras ideológicas para comunicar uma necessidade pessoal–sede.
Mas note que, logo o preconceito étnico, cultural, religioso e ideológico sobrepôs a necessidade em vigência naquele momento. O que ficou em evidência não foi o pedido de Cristo Jesus – “Dá-me de beber”, mas antes, as objeções preconceituosas que sempre procuram justificar a ausência da pratica do bem e do amor ao próximo, naquele momento as barreiras foram: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).”.
Do mesmo modo, diariamente multidões de pessoas estão verbalizando as mesmas palavras ditas por Cristo Jesus: “Dá-me de beber”. É um pedido simples que comunica uma necessidade básica, mas que, requer extrema urgência. Porém, o que mais ouvimos (principalmente de religiosos) são conjecturas ideológicas separatistas e extremadas que geram barreiras, divisões, sofrimento, e principalmente retardamento da prática do bem.
As desculpas e afirmações ideológicas preconceituosas são as mais diversas diante das inúmeras necessidades alheias: “Você não faz parte do meu grupo”, “Estou muito ocupado agora”, “Como pode você sendo muçulmano, budista, umbandista etc..me pedir água, sendo eu um santo cristão?” É importante destacar que, o testemunho do Evangelho em Cristo Jesus não sucumbiu as barreiras ideológicas, mas antes, atropelou todos os preconceitos religiosos e ideológicos para atender o necessitado no caminho.
Em nome de que, temos fechado os olhos ou os ouvidos para não atendermos a necessidade do próximo? Quem neste exato momento está nos pedindo “Dá-me de beber”? Será que conseguimos ouvir e ver a necessidade alheia que nos cercam, ou será que nossas barreiras ideológicas preconceituosas são tão densas que estamos alienados do necessitado, morrendo em nossos próprios mundinhos religiosamente e politicamente corretos?
Possivelmente, um dos maiores desafios da Igreja contemporânea (onde o amor se esfria) será romper com os idealismos e preconceitos religiosos que engessam e atrofiam as obras em amor e fé que testificam do amor de Cristo Jesus. Certamente o mundo conhecerá a Deus em sua obra e amor quando se cumprir na Igreja a oração de Cristo Jesus: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim”. (João 17.23)
Samuel Torralbo

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